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Escalonamento não diminui aglomerações nos ônibus, segundo trabalhadores

Em vigor desde a quarta-feira (20), o escalonamento obrigatório para abertura do comércio em Goiânia…

Em vigor desde a quarta-feira (20), o escalonamento obrigatório para abertura do comércio em Goiânia parece não ter mudado tanto a rotina dos trabalhadores. O regime adotado para abertura dos estabelecimentos, publicado em decreto, estabelece nove horários de funcionamento, com início entre as 6h e as 10h30.

O expedidor de uma papelaria, Giovani Sousa, de 17 anos, usa o transporte coletivo para trabalhar. Costumava sair de Trindade, onde reside, às 6h para conseguir chegar no Setor Bueno às 8h. Com a pandemia e o escalonamento o horário de entrada passou a ser às 9h30. Mas nada mudou. Continua saindo de casa no mesmo horário de antes.

“Tenho a sensação de que o número de ônibus diminuiu. Agora eles saem de uma em uma hora. Então se perco um, somente consigo pegar outro depois de uma hora. Não posso me arriscar e perder o horário”, diz.

A papelaria em que ele trabalha reduziu o número de funcionários para cinco vendedores, dois caixas e dois gerentes, além do expedidor. O restante dos trabalhadores está com o contrato suspenso

A vendedora L. (ela não quis se identificar) diz que o trânsito piorou após o escalonamento para o comércio. Ela vai até o trabalho, no Setor Nova Suíça, de moto, enquanto mora no Jardim Novo Mundo.

“Agora pego engarrafamento. Até o escalonamento, o trânsito estava mais tranquilo”, aponta. Ela trabalha em loja de higiene e beleza, que passou a abrir às 9h30.

Morador de Aparecida de Goiânia, o vendedor, Jeferson Machado, de uma livraria do Centro de Goiânia também relata não ter percebido alteração nenhuma após o escalonamento. Ele passa pelos terminais Veiga Jardim e Cruzeiro para chegar ao trabalho e diz que estão todos lotados.

“Não houve alteração nenhuma. Todo mundo precisa sair de casa no mesmo horário senão não chega a tempo. É o meu caso”, aponta.

Intenção

A intenção da prefeitura de Goiânia, porém, é que se diminua as aglomerações, sobretudo nos terminais de ônibus e no transporte coletivo. Para isso, o decreto determinou horário de abertura para diferentes estabelecimentos.

Às 6h, por exemplo, abrem os postos de combustíveis, supermercados, padarias e drogarias. Enquanto isso, consultórios médicos e escritórios de profissionais liberais podem funcionar a partir das 10h30.

O decreto, no entanto, não permitiu o funcionamento de estabelecimentos capazes de gerar aglomerações, como shopping centers, lojas da região da Rua 44 ou academias de ginástica. Restaurantes, bares e estabelecimentos similares funcionam somente através de delivery ou take-away (pedir e pegar no local).

Ampliação

A secretária municipal do Planejamento Urbano e Habitação de Goiânia, Zilma Campos, adiantou, em entrevista, que caso haja diminuição no movimento do transporte coletivo, a prefeitura pode incluir novas atividades econômicas nos próximos dias. 

Agentes da prefeitura estão nas ruas fazendo visitas a estabelecimentos para fiscalizar se estão cumprindo os decretos. Estabelecimentos flagrados descumprindo as regras sanitárias e de funcionamento podem ser multados e, caso sejam reincidentes, podem perder alvará de funcionamento.