MANIFESTAÇÃO

Ex-funcionários da Santa Marta protestam por verbas rescisórias, em Goiânia

Drogaria entrou em recuperação judicial

Ex-funcionários da Drogaria Santa Marta, possivelmente demitidos em razão de um processo de recuperação judicial, realizaram um ato nesta sexta-feira (17), em frente a uma unidade da farmácia no setor Oeste, em Goiânia. Os trabalhadores, junto com Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfargo), exigem o pagamento das verbas rescisórias de quase 30 farmacêuticos demitidos sem justa causa desde o início de março e outros colaboradores.

O sindicato informa que recebe denúncias de irregularidades trabalhistas desde o ano passado. Contudo, a empresa iniciou uma demissão em massa e estaria se recusando a pagar as rescisões de aproximadamente 300 trabalhadores, conforme o Sinfargo.

De acordo com eles, a Santa Marta também não tem depositado o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há mais de 10 meses. Como mencionado, o Sindicato argumenta que a drogaria declarou a recuperação judicial para não pagar os funcionários.

“Tem farmacêuticos que trabalham na rede há quase 30 anos e foram demitidos sem receber nenhum centavo. Isso é um absurdo. O Sinfargo não compactua com isso e vamos lutar para que os direitos trabalhistas sejam cumpridos”, diz o presidente do Sindicato, Fábio Basílio.

Da mesma forma, o Sindicato dos Práticos de Farmácia e dos Empregados do Comércio de Drogas, Medicamentos, Produtos Farmacêuticos e Homeopáticos de Goiás (Semprefar) diz ter sido surpreendido, na quarta-feira (15), com o pedido de recuperação judicial. “De imediato, nosso corpo jurídico iniciou as negociações.”

Ainda no documento, assinado pelo presidente Roney Teodoro da Silva, o sindicato informa que “não será homologada nenhuma rescisão contratual sem o pagamento das devidas verbas rescisórias”.

Funcionária

Cristianny Neves é farmacêutica há três anos, mas tem 30 anos de Santa Marta. Começou como caixa na instituição.

Segundo ela, a empresa chamou os funcionários, aplicou o aviso, mas deixou os trabalhadores “no escuro” em relação a outras informações, como exame demissional e direitos. “A gente liga e ninguém atende. Só queremos os nossos direitos trabalhistas. Estamos no escuro.”

A farmacêutica diz, ainda, que só receberam o salário referente a fevereiro, que venceu no quinto dia útil de março. “E o FGTS está há 10 meses sem depósito”, lamentou.

Drogaria Santa Marta

Por nota, a Santa Marta informou que respeita o direito de manifestação dos ex-colaboradores e compreende o momento difícil por que estão passando. “A empresa reitera que eles são a prioridade nesse momento de recuperação judicial” e que todos estão com os salários em dia.

E ainda: “As verbas rescisórias estão inseridas no processo de recuperação judicial. Isto representa segurança para eles, pois o pagamento aos trabalhadores é uma prioridade dentro do processo.” Além disso, informou que os ex-trabalhadores já podem dar entrada no saque do FGTS e ao seguro-desemprego.

Confira na íntegra:

Santa Marta respeita o direito de manifestação dos ex-colaboradores e compreende o momento difícil por que estão passando. A empresa reitera que eles são a prioridade nesse momento de recuperação judicial.

Todos os colaboradores desligados da empresa estão com os salários pagos em dia. As verbas rescisórias estão inseridas no processo de recuperação judicial. Isto representa segurança para eles, pois o pagamento aos trabalhadores é uma prioridade dentro do processo.

Os ex-trabalhadores já podem dar entrada no saque do FGTS e ao seguro-desemprego. Um Serviço de Atendimento ao Colaborador está sendo ativado para atender as dúvidas dos colaboradores desligados, que pode ser acessado pelos telefones (62) 3239 4137 ou 3239 4269.