Ex-jogador goiano é procurado por envolvimento em golpes milionários contra lotéricas
Daniel Félix, que já passou por Vila Nova, Botafogo e clubes da Europa, é apontado como responsável por falsificar boletos e facilitar golpes

O ex-jogador de futebol Daniel Costa Félix, que passou pelas categorias de base de Vila Nova e Botafogo e atuou por clubes goianos e europeus, é apontado pela Polícia Civil como peça-chave da quadrilha que fraudava lotéricas em Goiás e Alagoas. Segundo as investigações, Daniel era responsável por falsificar boletos usados nos golpes e atuar como ponte entre os “laranjas” e os líderes da organização criminosa, que seguem foragidos. Nas redes sociais, o ex-atleta exibia uma vida de luxo: viagens internacionais, festas e registros em pontos turísticos, como uma foto em frente à Torre Eiffel, em Paris.
A organização criminosa é acusada de se passar por donos de lotéricas para induzir funcionários a pagar boletos falsos. Os valores, geralmente entre R$ 4 mil e R$ 5 mil por documento, eram enviados para contas de terceiros e repassados aos chefes do esquema. Em Alagoas, apenas uma das lotéricas atingidas teve prejuízo superior a R$ 980 mil. Outra perdeu cerca de R$ 70 mil. Cada lote de boletos chegava a somar R$ 30 mil.
A operação, deflagrada na quarta-feira (3), cumpriu seis mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão. Cinco veículos foram apreendidos, e a Justiça determinou o bloqueio de bens que podem chegar a R$ 3 milhões.
Dois suspeitos foram presos durante operações anteriores. Em Goiânia, Lorena Moraes Correia, que ostentava vida luxuosa nas redes, foi detida. Para a polícia, ela era a responsável pela contabilidade do grupo. Um caderno apreendido com a suspeita registrou movimentações que ultrapassam R$ 1 milhão.
O companheiro dela, João Vitor Teixeira Silva, também foi preso. Ele já cumpria pena em um processo que corre sob sigilo e usava tornozeleira eletrônica. Uma arma de fogo sem registro foi apreendida com o casal.
Em Pirenópolis, equipes do Grupo Especial de Investigação Criminal de Anápolis prenderam Luiz Righito Ricardo Pereira, considerado o “02” do esquema. Ele havia fugido de Goiânia horas antes da operação.
Quatro suspeitos ainda não foram localizados, entre eles o líder da quadrilha, que mora em São Paulo, e Daniel, que a polícia acredita estar fora de Goiás. Outro investigado pode estar no exterior.
Com o material apreendido incluindo documentos, celulares e o caderno de anotações , a Polícia Civil continua a investigação para identificar a participação de cada membro. Os envolvidos podem responder por estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.