FEMINICÍDIO

Ex-marido é condenado a 30 anos de prisão por matar maquiadora em Anápolis

O crime aconteceu em 5 de março do ano passado, já o julgamento e a sentença saíram um ano depois

O ex-marido da maquiadora Tayná Pinheiro Duquis foi condenado a 30 anos de prisão por matá-la esfaqueada dentro de casa, em Anápolis. O crime aconteceu em 5 de março do ano passado, já o julgamento e a sentença saíram um ano depois. A vítima tinha um filho de um ano de idade.

Israel Rodrigues Inácio, agora condenado, está preso desde a época do crime. A juíza determinou que ele pode recorrer da decisão, mas preso.

A defesa de Israel disse que pediu o reconhecimento de legítima defesa durante o júri e, alternativamente, o reconhecimento do privilégio. O advogado alega que o crime foi praticado sob o domínio de violenta emoção, logo após uma suposta injusta provocação da vítima.

O jovem matou a mulher enquanto estava em liberdade condicional por outro crime, segundo a decisão. A juíza Nathália Bueno Arantes da Costa apontou que existem elementos concretos que demonstram o caráter agressivo de Israel. “O qual possuía comportamento reiterado na prática de agressões físicas e ameaças, porquanto tratava-se de relacionamento conturbado, pontuado por inúmeras brigas”, destacou a magistrada.

Tayná Pinheiro, de 26 anos, foi morta a facadas em casa pelo companheiro, em Anápolis, Goiás (Foto: Reprodução – Redes Sociais)

De acordo com a sentença, o exame cadavérico feito pelo Instituto Médico Legal (IML) no corpo de Tayná apontou que a jovem, que tinha 26 anos, foi imobilizada e esfaqueada. “A vítima fora dominada, e imobilizada antes, pois são lesões simétricas, regulares e paralelas, sem condições de realização com uma vítima em movimento”, aponta o laudo.

“Ademais, dele se exigia comportamento totalmente diverso do adotado. Porém, ao contrário, matou a vítima, afrontando, assim, o mais importante bem humana e juridicamente considerado: a vida. Franca e intensamente censurável a conduta praticada pelo acusado”, ressaltou a juíza.

Em uma das brigas durante o relacionamento, a juíza contou que Israel chegou a deixar a mulher trancada em uma câmara fria da distribuidora de bebidas do qual era proprietário.

Confessou crime

Israel foi preso uma semana após ter cometido o crime e confessou à Polícia Civil que fugiu da cidade para não ser preso em flagrante. Segundo ele, houve uma briga com a esposa, Tayná, depois de tê-la buscado em uma festa que ela havia ido sem avisá-lo, um dia antes do assassinato.

De acordo com o delegado responsável pela investigação, Wlisses Valentim, o casal estava em casa quando a mulher recebeu mensagens no celular e não permitiu que o marido lesse o conteúdo, o que desencadeou a discussão.

Após esfaquear a vítima, o suspeito deixou o apartamento chamando um motorista de aplicativo, conforme relatado pela polícia.