INQUÉRITO

Ex-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde é indiciado por assédio contra funcionárias

Defesa diz que "refuta integralmente as narrativas divulgadas", mas que não dará detalhes, pois o caso tramita em segredo de justiça

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) indiciou o ex-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde por estupro e assédio nesta semana. O sindicalista foi preso em 12 de novembro, suspeito de envolvimento em casos de abuso sexual e psicológico contra funcionárias da própria instituição. Na ocasião, a entidade informou ao Mais Goiás que o dirigente “solicitou, de forma voluntária, o afastamento de suas funções na data de hoje [13 de novembro], permanecendo afastado pelo período que se fizer necessário para o regular andamento das investigações”.

Ao portal, a defesa do ex-presidente disse que “refuta integralmente as narrativas divulgadas, entretanto, por se tratar de procedimento que tramita sob segredo de justiça, não serão prestados detalhes acerca do conteúdo dos autos”.

À época, testemunhas foram ouvidas e provas reunidas, o que levou à detenção do suspeito em investigação conduzida pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) desde setembro deste ano. O celular do suspeito também passou por perícia.

Sobre as denúncias, elas indicavam que os supostos abusos aconteciam dentro do ambiente de trabalho, onde o então presidente se aproveitava de sua posição de autoridade. As funcionárias relataram os episódios às autoridades, que seguiram todos os procedimentos legais cabíveis. Elas não tiveram as identidades divulgadas. São três trabalhadoras, sendo duas delas adolescentes. O inquérito segue agora para o Ministério Público de Goiás (MPGO), que decide pela denúncia ou não.

Ao Mais Goiás, a delegada Fernanda Simão confirmou os indiciamentos:

  • Dois crimes de estupro em relação a dois vitimas maiores;
  • Duas importunações sexuais em relação a duas vítimas adolescentes;
  • Duas violências psicológicas em relação a vítimas maiores;
  • Coação no curso do processo.

Nota da defesa:

“A Defesa refuta integralmente as narrativas divulgadas, entretanto, por se tratar de procedimento que tramita sob segredo de justiça, não serão prestados detalhes acerca do conteúdo dos autos.

Esclarece-se, ainda, que qualquer informação divulgada sobre o caso deverá ser previamente confirmada por esta Defesa, a fim de evitar distorções ou a propagação de fatos inverídicos.

Requer-se, desde já, se abstenham de veicular o nome e imagem do investigado, em observância ao disposto no art. 13 da Lei n.º 13.869/2019 (Lei de Abuso de Autoridade).

A Defesa permanece à disposição para esclarecimentos.”