Famílias de detentos dizem que presídio de Anápolis vetou entrada de alimentos

Familiares dos reeducandos do Presídio Estadual de Anápolis alegam que a penitenciária vetou a entrada total de alimentos. Eles acreditam ter sido uma retaliação, após as denúncias de maus tratos que viraram matéria – o que não tem qualquer relação, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP). O órgão também reforçou que não procedem as acusações de violência contra os internos.

De acordo com um parente de detento, a proibição foi feita por Caio César Oliveira Araújo, supervisor de segurança da penitenciária. A fonte relata que, uma vez por semana, as famílias levam biscoito de água e sal, farinha industrializada e tempero. Desta vez, porém, a entrega destes alimentos foi vetada.

“Familiares saíram de Goiânia, Morrinhos, Águas Lindas, Aparecida e mais. Chegaram lá e disseram que a não ia passar. E o gasto que temos?” Mas não é só. Ainda de acordo com essa fonte, na terça-feira (11), 15 detentos do Presídio de Anápolis foram transferidos. Porém, não foi informado para onde ou quem seriam.

DGAP

Em nota, a Direção da Unidade Prisional Estadual de Anápolis, pertencente à 9ª Coordenação Regional Prisional da DGAP, afirmou que “está suspensa, temporariamente, apenas a entrada de suplementos (farinha, biscoito de água e sal e temperos já preparados), por medida de disciplinamento diante de ocorrências de subversão à ordem e a disciplina do local, por parte de custodiados, as quais ocorreram na última sexta-feira, 07/08, e no último domingo, 09/08. As ocorrências foram rapidamente controladas por servidores da unidade”.

Apesar disso, o órgão negou a suspensão da entrega de alimentos. “A cobal (entrega de alimentos e itens de higiene pessoal) não está suspensa e está sendo realizada conforme protocolos estabelecidos seguindo a Portaria 91/2020-GAB/DGAP, diante da pandemia do novo coronavírus. Todos os itens são repassados aos detentos após a realização do procedimento de revista minuciosa em procedimento de segurança.”

Segundo informado, os detentos recebem diariamente três alimentações, fornecidas pelo Estado, sob acompanhamento de profissionais da área de nutrição das empresas licitadas para a prestação do serviço, sendo esta uma das obrigações das contratadas.

Transferência

Em relação as denúncias de transferência, a direção ressalta que esta informação não procede. “E, ainda, informa que a saúde mental e a integridade física dos custodiados estão sendo garantidas conforme determina a lei e afirma não proceder as informações de maus tratos expostas por este veículo de comunicação.”

Por fim, a DGAP reitera que qualquer manifestação da sociedade para a administração penitenciária pode e deve ser protocolada por meio da Ouvidoria Setorial da Secretaria de Segurança Pública (SSP) pelo número (62) 3201-1212 ou via endereço eletrônico ou site da CGE, para que sejam observadas, apuradas e respondidas oficialmente aos interessados.