Americano do Brasil

Famílias denunciam falta de professores e superlotação em escola estadual

Estudantes estão sem aulas de Biologia, Química e Língua Portuguesa desde início do ano

Falta de professores, salas superlotadas, dispensa de alunos antes do horário previsto e obra parada há cerca de 10 anos. É esta a situação que denunciam famílias e alunos da Escola Estadual Benedito Brás, no município de Americano do Brasil, a 110 km de Goiânia. Ao menos três disciplinas não possuem docentes e estudantes estão sem aulas de Biologia, Química e Língua Portuguesa desde o início do período letivo de 2020. 

Cristielly da Silva é mãe e tia de dois estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental da mencionada escola. Ela relata que a filha e o sobrinho chegam em casa mais cedo todos os dias devido à falta de professores. A saída prevista é às 17h25. Porém, sem aulas, os estudantes têm sido dispensados por volta das 16h35. 

“Todos os dias os alunos são obrigados a voltar mais cedo porque não tem professores. Eles estão perdendo conteúdo. As provas já iniciaram no colégio. Como vai ser feito? Será que vai ter reposição? Quando vai ter? É uma situação complicada. Precisamos de uma posição”, disse. 

Dispensa de professores 

A escola, que funciona em dois turnos, possui cerca de 350 alunos e conta com 10 professores efetivos, segundo um docente que preferiu não ser identificado. Ele conta que professores em regime de contrato foram dispensados no ano passado e até momento não houve reposição destes profissionais. Atualmente apenas três contratados atuam em sala de aula. 

“Infelizmente o número de professores não tem sido suficiente. Os alunos estão tendo que sair mais cedo porque não há profissionais da Educação para ministrar determinadas disciplinas”, disse. 

Segundo ele, a direção do colégio procura a Secretaria de Educação, mas o Estado não dá retorno. “A Secretaria precisa acordar para a realidade. A situação é de precariedade. Desde o dia 30 de janeiro, quando teve início o período letivo, os alunos estão sendo prejudicados”, criticou. 

O docente conta que professores de apoio também foram dispensados. De acordo com ele, são, em média, três alunos por sala que precisam do suporte destes profissionais. “É um descaso muito grande. São estudantes que necessitam desse apoio. Hoje há apenas um professor que faz todo esse trabalho. A demanda é grande e a quantidade de professores é pequena”. 

Salas superlotadas 

A Escola Benedito Brás funciona com salas modulares, que funcionam em uma espécie de contêineres. O professor diz que a estrutura tem capacidade para receber cerca de 30 alunos. As salas, porém, têm atendido 40 estudantes. 

“Tem um ano que estamos em salas modulares. A estrutura em si é boa, tem ar condicionado, É um ambiente bacana. No entanto, a quantidade de alunos tem ultrapassado o limite do local. Fica até complicado dar aula”, afirmou. 

O professor criticou, ainda, o fato de a escola não ter um espaço físico. Segundo ela, há uma obra atrasada por cerca de 10 anos. “Todo período eleitoral os candidatos falam que vão dar andamento, mas sempre somem e tudo fica do mesmo jeito. Há bastante descaso com nossa escola”. 

O Mais Goiás tentou contato com a Seduce em busca de um posicionamento e aguarda retorno.