Farmácia suspeita de vender colírio ingerido por bebê que morreu fez escala com farmacêutica demitida
Profissional tinha pedido desligamento da empresa há 23 dias

A farmácia de Formosa, suspeita de vender um remédio errado para a família de um bebê que morreu após tomar colírio, levou à Polícia Civil uma escala que mostrava como farmacêutica, no dia do caso, uma profissional que tinha pedido demissão há 23 dias. Segundo o delegado Paulo Henrique Ferreira, o dono do estabelecimento ligou e pediu que ela regularizasse a folha de ponto, possivelmente para vincular a mulher à empresa.
Segundo o delegado, o empresário e a gerente da farmácia serão intimados para novos depoimentos, já que garantiram que a farmacêutica estava de plantão. A Polícia Civil busca descobrir se havia outro profissional no dia 5 de março, data da venda.
Relembre o caso
Um bebê de dois meses morreu na madrugada do dia 5 de março por suspeita de ingerir um colírio que teria sido vendido por engano em uma farmácia localizada no município de Formosa. De acordo com a Polícia Civil, o medicamento foi prescrito adequadamente e sua finalidade era prevenir náuseas e vômitos.
Segundo o relato da mãe do menino à polícia, seu filho apresentava sintomas como náusea, vômito e febre, o que a levou a procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade. Após examinar a criança, o médico prescreveu três medicamentos, incluindo a “bromoprida”, que tem como objetivo evitar vômitos.
O avô da criança foi à farmácia e adquiriu os medicamentos prescritos, os quais entregou à mãe da criança, que os administrou seguindo as orientações médicas. No entanto, após algum tempo, a criança começou a chorar e gritar de dor.
A mãe informou que, contrariando a prescrição médica, a farmácia vendeu o medicamento errado, o “tartarato de brimonidina”, que é um colírio usado para tratar o glaucoma. Ela voltou na UPA e os médicos chegaram a intubar o menino, mas ele não resistiu.
Segundo a polícia, um relatório preliminar indicou que a ingestão do medicamento pode ter sido a causa da morte da criança, porém, somente com a conclusão dos exames poderá determinar o que realmente provocou o óbito.