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Fraudes no seguro-desemprego também tiveram inserções em Goiânia e outras cidades goianas, diz PF

Capital pode ser alvo de novas fases da operação

Mesmo sem cumprimento de mandados em Goiânia – neste momento -, o delegado da Polícia Federal (PF) Mario Sérgio Ribeiro de Oliveira, responsável por ação que apura fraudes na obtenção e recebimento do seguro-desemprego, revela que também partiu de computadores da capital a inserção de requerimentos fraudulentos para a liberação do benefício. No Estado, somente Jataí foi alvo nesta quarta-feira (4) no âmbito da Operação RedeX, mas outras cidades goianas também teriam servidores no esquema e as investigações irão continuar.

Segundo a PF, o modo de agir do grupo criminoso consistia no recrutamento de servidores públicos vinculados ao Sistema Nacional de Emprego (Sine), com promessa e pagamento de propinas “muito superiores aos salários”, para que esses agentes públicos inserissem informações falsas no sistema do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ou emprestassem suas senhas para que outras pessoas o fizessem. O benefício caía no nome de “laranjas”, que “devolviam” parte do dinheiro aos orquestradores do esquema, que seriam de Redenção (PA).

Durante a investigação, foram confirmados 12 mil requerimentos de seguro-desemprego fraudados, acarretando um prejuízo de R$ 11.900.111,12 aos cofres públicos. Estima-se que o prejuízo evitado com a neutralização da atividade criminosa seja de mais R$ 7,2 milhões.

As investigações tiveram início em outubro de 2022, depois que a área de inteligência trabalhista do MTE identificou a liberação irregular de inúmeros benefícios do seguro-desemprego, com a participação de servidores públicos e pessoas localizadas em diversas Unidades da Federação. A descoberta teria ocorrido por meio da denúncia de um servidor aliciado pelos suspeitos.

Além da cidade goiana, os policiais cumpriram 7 mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão, em Cuiabá, Sinop (ambas no Mato Grosso), Macapá, no Amapá, Parauapebas, Redenção (todas no Pará) e São Luís (Maranhão). Os crimes sob apuração são os de estelionato, corrupção ativa, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa (ou organização criminosa).