Frigorífico de Bela Vista tinha câmeras nos vestiários feminino e masculino, diz delegado
Equipamentos foram apreendidos

O delegado Antonio Andre Santos Jr. informou ao Mais Goiás que o frigorífico de aves em Roselândia, distrito de Bela Vista de Goiás, suspeito de instalar câmeras no vestiário feminino, também tinha equipamentos de gravação no trocador masculino. “Eram duas no masculino e duas no feminino. Tem registros de homens e mulheres [trocando de roupa]”, afirma o policial. Os equipamentos foram apreendidos.
A Kero Frango Alimentos emitiu nota em que nega as acusações. “Esclarecemos que o local mencionado não se trata de vestuário, conforme vem sendo alegado, mas sim de um guarda-volume destinado exclusivamente ao armazenamento de pertences pessoais. Algumas colaboradoras já foram devidamente advertidas quanto ao uso inadequado do referido espaço, em conformidade com as normas internas da empresa. Cumpre informar, ainda, que as imagens relacionadas ao fato não foram divulgadas por esta empresa.”
Nesta quinta-feira (13), o proprietário do local prestou depoimento na delegacia. Ele justificou a instalação das câmeras em decorrência de furtos de celulares no local, após orientação de seu departamento jurídico. Disse, ainda, que as funcionárias sabiam do monitoramento. Elas, contudo, não tinham outro local para trocar de roupa.
“Não eram escondidas, eram um constrangimento, pois captavam as imagens”, afirmou o delegado. Segundo ele, a empresa possui mais de 100 funcionários, entre homens e mulheres. Em um registro, “dez mulheres aparecem trocando de roupa, algumas tentam se esconder”, revela a situação. “Algumas se escondiam, outras, por falta de espaço, trocavam mesmo com as câmeras.”
Ainda segundo as investigações, as funcionárias assinaram um termo de ciência sobre o monitoramento, mas o local não oferecia um espaço privado adequado para a troca de roupa, o que as obrigava à exposição. Existe também a denúncia de que várias pessoas da empresa possuíam login e senha para acessar as imagens, e que o sistema chegava a travar pela quantidade de acessos simultâneos na troca de turno.
A corporação vai apurar quantas pessoas acessaram as imagens e se houve compartilhamento. A troca de roupa é obrigatória, pois as funcionárias precisam utilizar um uniforme esterilizado. Não houve prisões neste momento.
Nota completa da empresa:
“A empresa vem, por meio desta, esclarecer informações inverídicas que têm circulado nas redes sociais acerca de recente acontecimento envolvendo seu quadro de colaboradoras.
Esclarecemos que o local mencionado não se trata de vestuário, conforme vem sendo alegado, mas sim de um guarda-volume destinado exclusivamente ao armazenamento de pertences pessoais. Algumas colaboradoras já foram devidamente advertidas quanto ao uso inadequado do referido espaço, em conformidade com as normas internas da empresa.
Cumpre informar, ainda, que as imagens relacionadas ao fato não foram divulgadas por esta empresa.
A empresa reitera seu compromisso com a transparência, a ética e o respeito à privacidade de todos os seus colaboradores, bem como com a estrita observância da legislação vigente e dos princípios que norteiam suas atividades.”