Fundador do Museu de Ornitologia, José Hidasi é sepultado em Goiânia
Húngaro radicado em Goiás morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória

O fundador do Museu de Ornitologia, José Hidasi (Hidasi József), de 95 anos, foi sepultado na tarde de segunda-feira (19), no Cemitério Santana, em Goiânia. O húngaro radicado em Goiás morreu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória em um hospital da capital, onde estava internado desde o dia 15 de julho.
O legado de José Hidasi para Goiás é enorme. Taxidermista, cientista e professor, Hidasi foi responsável pela criação do Museu Ornitológico de Goiânia, em 1968, que funcionou em sua casa, em Campinas, até 2018, quando foi desativado.
Hoje parte do acervo de pássaros, répteis, peixes e outros animais coletados em várias partes do mundo está no Museu de Zoologia do Memorial do Cerrado, gerido pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC), o qual ajudou a fundar.
São, pelo menos, 120 mil animais que Hidasi preservou através de uma técnica própria de taxidermia que desenvolveu ao longo dos anos. Parte do acervo ainda está na casa em que ele viveu em Campinas.
História
José Hidasi nasceu na Hungria em 1929. Saiu de lá após lutar pelo exército húngaro na II Guerra Mundial. De lá foi para Alemanha e depois França, onde se formou em Ciências Naturais pela Université de Lille. Chegou ao Brasil em 1950 e a Goiás dois anos depois para trabalho de catalogação de pássaros em projeto de ocupação da Amazônia brasileira.

Foi a partir de então que criou sua técnica de taxidermia, tipo de empalhamento de animais. A inovação garantiu a ele notoriedade pela precisão da reconstituição e preservação dos animais. José Hidasi ajudou a conceber, pelo menos, 14 museus em todo o País, inclusive o que leva seu nome, o Museu de Zoologia José Hidasi, da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), em Porto Nacional.

Vale citar, a valorização do acervo de José Hidasi ajuda na preservação da memória e história do Cerrado brasileiro e de Goiânia.