ADOLESCENTE ASSASSINADO

Goiânia: julgamento do caso Robertinho é adiado pela quinta vez

Nova data para o tribunal do júri é 26 de junho

O júri popular policiais militares Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva, acusados pela morte do do adolescente Roberto Campos da Silva (Robertinho), de 16 anos, em 2017, na capital, foi adiado pela quinta vez. O julgamento estava previsto para esta quarta-feira (17).

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) informou que o adiamento ocorreu, pois o advogado dos PMs, Thales José Jayme, não compareceu. Na terça (16), ele apresentou um atestado para solicitar que júri fosse adiado, o que foi negado pelo juiz responsável por presidir a sessão, Lourival Machado.

Na demanda, o advogado disse que caiu no domingo (14) e que não poderia cumprir as funções. Na mesma terça, contudo, o defensor participou de outra sessão. O juiz, então, pediu ao diretor da clínica que emitiu o exame que anexe o laudo para análise no prazo de 24 horas.

“A pessoa junta atestado dizendo que não pode trabalhar, depois participa de uma sessão durante todo o dia?”, questionou retoricamente o magistrado. A nova data para o júri é 26 de junho.

Consta na ata de julgamento: “Injustificado os pedidos de adiamento. Intime se o Diretor da clínica para juntar o prontuário médico do defensor dos acusados no prazo de 24 horas. Fixo aos réus o prazo de 10 dias para constituírem novo defensor, em razão do seu não comparecimento sem justificativa, o que caracteriza abandono processual, haja vista o indeferimento dos pedidos de adiamento, e transcorrido o prazo assinado, sem manifestação dos réus, intime-se a Defensoria Pública para patrocinar a defesa.”

Vale lembrar, o adiamento anterior ocorreu em 17 de abril. À época, a defesa também apresentou atestado médico e, por isso, o júri foi remarcado para esta quarta.

Caso

Ainda em 2017, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou os soldados da Polícia Militar Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva pelos crimes de tentativa de homicídio, homicídio triplamente qualificado, abuso de autoridade e fraude processual, no caso que culminou com a morte do adolescente Roberto Campos da Silva (Robertinho), no dia 17 de abril daquele ano, no Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia.

Vale citar, Robertinho foi morto depois que policiais militares não caracterizados cortaram a energia da casa onde o jovem morava com a família e invadiram o local. Eles estariam averiguando uma denúncia de tráfico de drogas na região e teriam sido confundidos com ladrões pelo pai de Robertinho.

Por isso, ele teria realizado disparos, provocando a reação dos policiais, que invadiram a residência e dispararam contra as duas pernas e o abdômen de Robertinho, que morreu na hora. O pai dele também foi baleado e precisou ser internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

Outro ponto

Segundo o MP, os PMs, depois de perceberem a situação, teriam resolvido alterar os fatos para não serem responsabilizados pelo crime. Conforme a denúncia, os policiais passaram a mascarrar o local do crime para simular uma troca de tiros com a vítima Roberto Lourenço, pai de Robertinho, para alegar legítima defesa.

Um dos agentes, inclusive, teria utilizado a arma da vítima que estava no chão para disparar contra o portão, de dentro para fora. Além disso, os três denunciados começaram a recolher os estojos das munições referentes aos disparos efetuados dentro do imóvel.