Goiás registra queda de 8% no número de mortes por choque elétrico
No entato, houve um aumento nos casos de incêndios de origem elétrica

Goiás encerrou o primeiro semestre de 2025 com 11 mortes provocadas por choques elétricos, segundo dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica, divulgado pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) no último dia 7 de novembro. O estado aparece em posição intermediária no ranking nacional, acompanhando a redução observada na região Centro-Oeste, que teve queda de 48 mortes em 2024 para 44 neste ano, o que representa uma redução de aproximadamente 8,3%.
Apesar da diminuição nos números regionais, a Abracopel destaca que os dados semestrais, por si só, não permitem afirmar uma tendência para o fechamento do ano. Isso porque os acidentes de origem elétrica sofrem influência direta de fatores como condições climáticas.
O diretor executivo da Abracopel, Edson Martinho, explicou que o período chuvoso concentra maior risco de ocorrências, principalmente em razão de ventos fortes e chuvas intensas, que podem provocar a queda de árvores, o rompimento de fios e deixar cabos energizados em locais de circulação de pessoas. Nessas situações, o risco de choques elétricos aumenta significativamente.
Ainda segundo o diretor, é comum haver uma redução nos registros de acidentes elétricos no meio do ano, com novo aumento nos meses finais. Esse crescimento está associado tanto ao retorno das chuvas quanto ao maior fluxo de pessoas em áreas urbanas durante as festividades de fim de ano, como o Natal, período em que o consumo de energia e a exposição a instalações elétricas também aumentam.
No cenário nacional, as mortes por choque elétrico caíram 15% no primeiro semestre de 2025, passando de 448 óbitos em 2024 para 388 neste ano. Mesmo assim, a Abracopel reforça que os acidentes envolvem múltiplos fatores imprevisíveis e que a análise anual é essencial para uma avaliação mais precisa do comportamento dos dados.
Os principais locais de ocorrência de choques elétricos continuam sendo as redes aéreas e as residências. Em 2025, as mortes em redes aéreas atingiram o menor patamar dos últimos quatro anos, enquanto os acidentes dentro de moradias apresentaram queda de cerca de 40%.
Incêndios de origem elétrica
Por outro lado, os incêndios de origem elétrica seguem em curva ascendente no país, impulsionados principalmente por instalações internas precárias e pelo uso de fios e cabos de baixa qualidade. No primeiro semestre de 2025, foram registrados 632 incêndios, contra 467 no mesmo período de 2024.
A Abracopel reforça que a segurança elétrica está diretamente ligada à qualidade dos materiais utilizados e à mão de obra especializada, alertando que instalações elétricas não devem ser tratadas apenas como um detalhe técnico, mas como uma questão fundamental de segurança e preservação de vidas.
Casos recentes em Goiás reforçam o alerta
Em Goiânia, três ocorrências registradas em um curto intervalo de tempo evidenciam os perigos da exposição à rede elétrica. No Setor Rodoviário, o jovem Keven Costa, de 25 anos, morreu após sofrer uma descarga elétrica enquanto trabalhava em uma estrutura metálica. Ele ficou suspenso a cerca de seis metros de altura pelo cinto de segurança, e o resgate precisou ser feito com o auxílio de uma empilhadeira, mas a vítima já estava sem vida.
Outro caso de grande repercussão envolveu Náthaly Rodrigues do Nascimento, de 17 anos. A adolescente deixava o trabalho, no centro da capital, durante uma forte chuva, quando entrou em contato com uma fiação de média tensão e sofreu um choque elétrico. O óbito foi constatado no local, apesar do acionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Em Anápolis, um menino de 10 anos morreu após tocar em um fio de telefonia energizado, próximo a um poste, na Vila Jussara. Mesmo após tentativas de reanimação feitas pelo Corpo de Bombeiros, a criança não resistiu.