Hospital de Goiás se adapta para cuidar de indígena com câncer que não fala português
Dona Nakwatcha, de 78 anos, é uma das cinco sobreviventes em Goiás da etnia Avá-canoeiros

Funcionários do Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) viram-se diante de um desafio no último sábado (29): uma paciente indígena de 78 anos, com câncer, que não fala português. Dona Nakwatcha é uma das cinco sobreviventes em Goiás da etnia Avá-canoeiros.
“Acionamos dois sobrinhos, únicos que se comunicam pelo dialeto, para que seja possível individualizar o atendimento quanto às necessidades biológicas, mas, principalmente culturais. Adaptamos comida, acesso dos familiares, a ‘cama’ e o quarto, uma vez que ela estava muito incomodada de ‘estar no meio de brancos'”, relata o diretor assistencial do HCM, João Batista Cunha.
A paciente optou por uma rede, em vez da cama. ” Ela não falava nada, parecia irritada e estava apática na cama, mas se sentiu mais à vontade ao mudar da cama para a rede. Depois que foi pra rede falou com o cacique, foi ao banheiro com ajuda e se acomodou na rede novamente”, completa o diretor.
A Superintendência que cuida das questões indigenas da SES acompanha o tratamento.