MST

Incra confirma reforma agrária em fazenda de Hidrolândia usada para exploração sexual

Área foi ocupada pelo Movimento Sem Terra em 25 de março, mas desocupada pela PM no dia seguinte

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) confirmou que a Fazenda São Lukas, em Hidrolândia, será transformada em assentamento da reforma agrária. A área foi ocupada por mais de 600 famílias do Movimento Sem Terra (MST), na madrugada de 25 de março, mas desocupada pela Polícia Militar no dia seguinte.

A área, que integra o patrimônio da União desde 2016, já foi utilizada para manter mulheres e adolescentes vítimas de tráfico humano e de exploração sexual. O grupo responsável pelos mencionados crimes teve integrantes identificados e presos pela Polícia Federal, os quais acabaram condenados entre 2009 e 2010. O movimento, então, reivindicava que a propriedade fosse destinada a projetos de reforma agrária.

No dia 26, contudo, a Polícia Militar fez a desocupação da fazenda. Em nota, a PM disse que houve negociação com os líderes do movimento e advogados para que operação ocorresse sem incidente. A saída acabou sendo voluntária, “após conversas e negociações”.

O MST, por sua vez, afirmou que “a ação do Governo de Goiás, por meio da Polícia Militar, de proteger latifúndio usado para exploração sexual e tráfico humano, foi arbitrária e ilegal” e que as autoridades reprimiram uma “ocupação pacífica e democrática, com uma operação totalmente ilegal e violenta para despejar as famílias, mesmo a propriedade ocupada sendo de competência da União”.

O Incra, contudo, informou que o local será destinado à reforma agrária, após reuniões com o MST. “A área será transformada em assentamento da reforma agrária. Está em elaboração no Incra Goiás projeto de utilização do imóvel. O documento sendo finalizado, segue para o Incra Sede cadastrar em sistema específico da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Após este cadastro, a SPU pode legalmente transferir o imóvel para a responsabilidade do Incra. Esperamos novidade neste trâmite de transmissão do imóvel da responsabilidade da SPU para o Incra Goiás nos próximos meses.”