PROMESSA CONTINUA

Jacarés ainda vivem em lagoa de Porangatu 7 meses após ataque a criança

Cerca de 150 jacarés ainda vivem na Lagoa Grande, em Porangatu, mesmo após ataque de…

Cerca de 150 jacarés ainda vivem na Lagoa Grande, em Porangatu, mesmo após ataque de um dos animais contra uma criança de 1 ano e 8 meses. Episódio que ocorreu há 7 meses causou amputação de parte do braço do garoto e terminou com promessa da prefeitura do município quanto à remoção dos répteis até janeiro de 2022. O prazo que se encerraria nesta segunda-feira (31), entretanto, foi adiado para fevereiro.

De acordo com a engenheira ambiental Maristela Rodrigues, um dos motivos do adiamento da retirada dos jacarés foram as fortes chuvas que atingiram a cidade e impossibilitaram as operações. “Foi devido a chuva, né? As chuvas não deram trégua. Nosso objetivo é retomar as operações em fevereiro, pois existe a previsão de um período de estiagem maior”, afirmou em entrevista ao G1.

Segundo a Prefeitura de Porangatu, a expectativa é de que em fevereiro todos ou boa parte dos 150 jacarés sejam retirados da Lagoa Grande. Maristela explica que existem filhotes e ninhos com animais no local, que ainda irão eclodir. Ou seja, por mais que todos os jacarés adultos sejam removidos, novos animais podem aparecer e crescer no local. Com isso, novas operações seriam organizadas.

Conforme expõe a prefeitura, a retirada dos animais da Lagoa Grande necessita de uma autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, o Ibama. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) de Porangatu informou que eles serão levados “a um local seguro, de forma a reinseri-los em seu habitat natural e assim, garantir a segurança de todos que utilizam a lagoa como atividade de lazer”.

7 meses após criança sofrer ataque de jacaré, animais ainda vivem em lagoa de Porangatu

Após ataque de jacaré a criança, animais serão retirados de lago em Porangatu (Foto: Prefeitura de Porangatu)

Única operação para remoção dos jacarés da lagoa foi feita em julho

Em julho de 2021, a Prefeitura havia iniciado a primeira e única operação para remoção dos jacarés da Lagoa Grande. Na época, três dos 150 animais foram removidos. Além disso, foi feita a implantação de redes de proteção e placas de advertência no local onde o ataque aconteceu. O acesso à prainha também foi bloqueado.

Contudo, meses depois da operação, alguns moradores denunciaram por meio de vídeos e fotos a presença dos jacarés na cidade. A engenheira ambiental Maristela explica que as chuvas, além de atrapalharem a remoção dos animais, também faz com que os jacarés busquem por novos abrigos. Por esse motivo, é comum vê-los pelo municípios nestas épocas.

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“O município já está ciente de que esses passeios, essas saídas dos jacarés é algo natural. Em outros anos eles também saíram em busca de novos abrigos no período de chuva”, explica a engenheira ambiental.

Ela também fez recomendações de segurança sobre o tema. “Ao ver um jacaré, não se aproxime e nem tente fazer capturas. Não tente fazer o trabalho que é designado ao Corpo de Bombeiros. Chame o bombeiro imediatamente que ele irá fazer a captura e relocar o jacaré para um abrigo”.

Em dezembro, um jacaré foi filmado por moradores ao nadar na enxurrada de uma rua em Porangatu. Um vídeo mostra quando o animal anda tranquilamente pela rua próxima a um Colégio Militar, no centro da cidade. Um morador até brincar ao dizer que “no Porangatu é assim, na rua o jaca anda desfilando”

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De acordo com o Corpo de Bombeiros, pelo menos 5 resgates de jacarés foram feitos durante o mês de dezembro.

Relembre o ataque de jacaré contra criança

No dia 23 de junho de 2021 a babá de um bebê de 1 ano e 8 meses havia levado o menino para um passeio na Lagoa Grande. Segundo a família, esse tipo de passeio era comum para o menino, já que a família vive próximo ao local.

No entanto, a mulher foi surpreendida quando, às margens da Lagoa, o animal atacou a criança com uma mordida no braço. Ao Mais Goiás, o médico Victor Scalabrini explicou que a mordida provocou uma fratura em dois ossos no antebraço direito, entre o cotovelo e o punho, além de uma laceração importante que “comprometeu a vasculatura do membro”.

A criança ficou 15 dias hospitalizada no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em Goiânia. Por causa do ataque, a criança teve o braço amputado no dia 24 de junho. De acordo com Juliano Ferreira, médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o “braço [da criança] estava muito destroçado”, e, por isso, precisou ser amputado.

“Ele vai ter vida normal. A articulação do cotovelo ficou preservada para poder implantar uma prótese futura”, disse o médico.

*com informações do G1