JOCKEY DE SP

Jornal de Goiânia teve contas pagas com recursos da Rouanet, diz investigação

Jornal A Redação teria tido contas de luz e de seguro pagas pela Elysium. Irmãos Unes também usufruíram de viagens e refeições caras

O jornal A Redação, sediado em Goiânia, teve contas de luz e do seguro, no valor de R$ 1 milhão, pagas com recursos captados para o restauro do Jockey Club de São Paulo por meio da lei Rouanet, de fomento à cultura. A denúncia foi publicada pelo Metrópoles, que teve acesso às notas fiscais. O jornal tem como um dos sócios Wolney Arruda Unes, coordenador-geral Elysium, empresa que está coordenando o projeto do Jockey (orçado em quase R$ 30 milhões). O diretor-presidente do A Redação, João Unes, é irmão de Wolney.

Segundo o Metrópoles, Wolney e João Unes usufruíram de viagens pelo Brasil, frequentando hotéis de luxo e restaurantes caros, na condição de operadores do contrato do Jockey pela Elysium. Notas fiscais apresentadas na prestação de contas da Lei Rouanet mostram hospedagens em redes como os hotéis Hilton e jantares regados a vinho e saquê.

“Em uma das noites, um dos irmãos gastou cerca de R$ 800 em um restaurante japonês no Itaim. Em outra, ele foi a um espanhol e pediu uma garrafa de vinho de R$ 216. Há gastos ainda com almoço aproximado de R$ 500 em uma padaria italiana de renome no centro da capital paulista”, afirma o texto.

Pela prestação de contas, não é possível saber por quanto tempo a Elysium bancou contas administrativas do jornal. Apesar de estar registrado em Goiânia e cobrir notícias locais, as notas fiscais mostram que a publicação recebeu ao menos R$ 48 mil para publicar “Conteúdos Editoriais” relacionados ao Jockey em uma das suas colunas.

A reportagem não localizou a defesa da Elysium. O espaço segue aberto para manifestação.

Restauro do Jockey Club

Além do uso de recursos para custear a operação do jornal, a Elysium teria também subcontratado suas próprias empresas para realizar os serviços de restauro do Jockey, segundo o Metrópoles.

A Engenho e Arte Eventos, empresa de produção cultural de João Unes, foi contratada pela Elysium para serviços como “elaboração de projetos de restauro e complementares” e “fiscalização dos serviços de restauro” do Jockey. “Notas ficais mostram pagamentos frequentes de R$ 11 mil e R$ 15 mil para a Engenho”, diz a reportagem.

A Biapó Urbanismo, construtora de Wolney, foi contratada para fazer o restauro de arquibancadas e outras obras dentro do Jockey. Uma das obras executas rendeu à empresa cerca de R$ 200 mil.

A Sapé, imobiliária de Wolney, ela alugou um apartamento na rua Tabapuã para a Elysium no valor de R$ 5 mil mensais, pagos com recursos oriundos da Rouanet. A empresa também tem como sócios João Carlos Unes e a sobrinha dos irmãos, Débora Perillo Unes.

O Jockey diz que “os recursos financeiros utilizados nas obras de restauração foram devidamente auditados e fiscalizados”. E que “em relação a recursos oriundos de benefícios fiscais referentes ao restauro do patrimônio histórico tombado da instituição, como no caso da Lei Rouanet, o Jockey informa que prestou todas as informações solicitadas pelas autoridades responsáveis e todas as prestações de contas foram feitas de acordo com as regras legais”.

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