Julgamento de PM acusado de matar marceneiro em Goiânia é adiado
O crime ocorreu há quase cinco anos, no Residencial Canadá, em Goiânia. O Júri foi remarcado para o mês de julho

O julgamento do Policial Militar (PM) Lucimar Correia da Silva acusado de matar o marceneiro Wallacy Maciel (foto) durante abordagem em 2017 foi adiado na manhã desta quarta-feira (15). O Júri, que estava previsto para ocorrer hoje, foi remarcado para o mês de julho. O crime ocorreu há quase cinco anos, no Residencial Canadá, em Goiânia.
De acordo com informações do Tribunal de Justiça, um novo promotor foi designado para o caso. O profissional, no entanto, ainda não estava inteirado sobre o assunto, e, por isso, houve a suspensão da sessão de julgamento.
O caso ocorreu na madrugada do dia 9 de setembro, na capital. Wallacy morreu com disparos à queima-roupa a menos de 1km da casa em que morava. De carro, ele rondava a casa da namorada quando foi abordado por uma equipe da PM em um lugar próximo a terrenos baldios.
Na versão da Polícia, o então soldado e agora sargento Lucimar teria disparado contra o marceneiro porque o jovem teria tirado uma arma da cintura. Durante as investigações, no entanto, imagens de câmeras de segurança coletadas na região mostraram os militares com luvas brancas manuseando o corpo da vítima e mexendo no interior do carro.
Segundo o Ministério Público, “há indícios veementes de que a vítima não portava qualquer tipo de arma e que a arma apresentada pelo denunciado como sendo da vítima não estava com ela”.
Lucimar Correia foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo MP ainda em 2017. No ano de 2018, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou que o militar fosse julgado pelo Tribunal do Júri.
Abordagens policiais
Antes de morrer, Wallacy chegou a ser apontado como suspeito de crime por um vizinho. Antes da abordagem fatal, ele foi parado por outra equipe militar e liberado, pois não foram encontradas irregularidades.
Durante a madrugada, o jovem também teria fugido de uma segunda abordagem. Segundo informou a PM à época, houve perseguição com tiros, quando o pneu da viatura furou. Mais tarde, Wallacy teria estacionado o veículo que dirigia ao lado da mencionada viatura. Ao descer do carro, foi atingido pelos disparos e morreu no local.
Família nega versão da PM
Também à época do ocorrido, a família do jovem afirmou que imagens mostraram que Wallacy não estava na perseguição dita pelos policiais.
“Entregamos para a Corregedoria da PM. Os vídeos mostram nitidamente que meu primo não estava na tal perseguição. Já foram ouvidos pai, mãe, namorada e outras testemunhas que comprovam que o Wallacy em momento algum reagiu”, contou a prima Michelle Maciel.
Outro ponto apontado pela familiar como prova da inocência do primo é o fato de que a arma encontrada com o Wallacy estava na mão direita. A mulher afirmou que o primo realizava todas as funções com a mão esquerda.