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Júri popular do mandante e envolvidos na morte de advogados em Goiânia é agendado para 30 de maio

Crime ocorreu na tarde de 28 de outubro de 2020, no escritório de advocacia das vítimas, no Setor Aeroporto

Está agendada para o dia 30 de maio a sessão do Tribunal do Júri que vai julgar três dos envolvidos no homicídio dos advogados Marcus Aprigio Chaves e Frank Alessandro Carvalhães de Assis. O crime ocorreu na tarde de 28 de outubro de 2020, no escritório de advocacia das vítimas, no Setor Aeroporto, em Goiânia.

O Ministério Público de Goiás (MPGO) será representado pelo promotor de Justiça Geibson Cândido Martins Rezende na sessão do júri popular presidida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva.

O MPGO sustentará a acusação contra três dos denunciados: o fazendeiro Nei Castelli, apontado como mandante dos crimes; Hélica Ribeiro Gomes, namorada de Pedro Henrique Martins Soares, executor dos homicídios, e Cosme Lompa Tavares, intermediário entre Nei e Pedro Henrique, que já foi julgado.

Os três envolvidos que serão julgados pelo crime agora e Pedro Henrique foram denunciados pelo promotor Geibson Rezende em dezembro de 2020. À época, a defesa de Pedro Henrique não recorreu da acusação, fazendo com que o julgamento do executor ocorresse antes dos demais. Ele foi levado a júri em maio de 2022 e condenado a 45 anos, 6 meses e 10 dias de prisão, em regime inicialmente fechado.

Peça acusatória

Conforme apontado na peça acusatória, o crime foi encomendado por Nei Castelli, em razão de as vítimas terem alcançado êxito em uma ação de reintegração de posse proposta contra a família de Castelli, na qual coube a ele pagar aos advogados, a título de honorários, o valor de R$ 4,6 milhões. Apurou-se que, inconformado com a condenação e por interesses patrimoniais, Castelli decidiu matar os advogados como forma de retaliação.

Para tanto, entrou em contato com Cosme Lompa, em busca de possíveis executores do delito. Um dos indicados foi Pedro Henrique Soares, com quem ajustou o modo de execução dos crimes e prestou auxílio antes e após os assassinatos, transportando os contratados e garantindo que se hospedassem em Goiânia.

Após a contratação, Hélica Ribeiro Gomes, namorada de Pedro Henrique, passou a interagir com Cosme Lompa, intermediando o valor da recompensa a ser paga pela empreitada criminosa. Posteriormente, Pedro Henrique contratou Jaberson Gomes (já falecido) para lhe auxiliar na execução dos crimes.

Apurou-se ainda que Nei Castelli prometeu pagar a Pedro Henrique e a Jaberson Gomes o valor de R$ 100 mil, caso saíssem impunes, ou R$ 500 mil, caso fossem presos em decorrência da empreitada criminosa. Para ter acesso às vítimas, Pedro Henrique e Jaberson Gomes agendaram uma reunião com o advogado Marcus Chaves, utilizando um nome falso.

Ao chegarem ao escritório e tendo sido levados à sala de reunião, renderam Marcus Chaves que, sob a mira de revólveres, foi obrigado a chamar Frank Alessandro para o local. Visando despistar a real motivação dos crimes, Pedro Henrique perguntou onde estava o dinheiro, ocasião em que Marcus lhe entregou a quantia de R$ 2 mil, na esperança de que fossem embora. No entanto, Pedro Henrique disparou uma vez contra Frank Alessandro e três vezes contra Marcus Aprigio Chaves, que morreram no local.