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Justiça apura suposto mecanismo para blindar patrimônio antigo Grupo Coral de credores

Responsável pelo conglomerado, Lélio Carneiro nega qualquer irregularidade

A Justiça Federal apura se o antigo Grupo Coral, conglomerado goiano que atuava no setor de serviços terceirizados, tem utilizado fundos de investimentos administrados pela Reag Investimentos para blindar seu patrimônio de credores. A investigação, que conta com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), foi divulgada pelo Metrópoles.

O Grupo Coral teve a falência decretada em 2015 e teria mais de R$ 300 milhões em dívidas à época da recuperação judicial, em 2012. Os pedidos de indenizações que correm na Justiça somam aproximadamente R$ 250 milhões. Responsável pelo conglomerado, Lélio Carneiro nega qualquer irregularidade.

“Não existe nenhuma investigação sobre Lélio Carneiro ou sobre seu filho envolvendo crime organizado. O que há são processos relacionados à falência do Grupo Coral, o que é fato público, e à gestão de fundos que, em determinado momento, estavam sob administração da Reag”, afirmou a assessoria jurídica do empresário ao veículo de comunicação.

A procuradoria identificou, durante tentativas de bloqueio de valores ligados ao empresário, transferências para fundos sob gestão da Reag. Destaca-se que a instituição é investigada por suspeita de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis no âmbito da Operação Carbono Oculto. No fim de agosto, as autoridades cumpriram 200 ordens de busca, apreensão e prisão contra 350 suspeitos ligados a um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis (por meio de adulteração), controlado pelo PCC, em dez estados brasileiros, inclusive Goiás.

Inclusive, a defesa do empresário Lélio Carneiro Júnior, filho de Lélio, afirma que, após a deflagração da Operação Carbono Oculto, a Reag deixou de administrar os fundos de investimento de Carneiro. “Após a deflagração da operação Carbono Oculto, tomou a decisão de encerrar sua relação com a gestora REAG. Esse processo vem sendo conduzido em estrita conformidade com a legislação aplicável.”

Em nota ao Mais Goiás, ele também negou qualquer envolvimento. “Em relação às empresas do chamado Grupo Coral, controladas por seu pai, Lélio Júnior destaca que nunca integrou o quadro societário dessas companhias e, portanto, não pode ser responsabilizado por obrigações ou problemas decorrentes da gestão de terceiros.”

Ele esteve holofotes há alguns meses, quando propôs a transformação do Vila Nova-GO em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A operação com investidores foi estimada em R$ 500 milhões e envolvia a Reag. Contudo, não avançou. Segundo a defesa, a negociação com a SAF não tem relação com o Grupo Coral.

A Reag, por meio de nota, disse não haver “participação da empresa ou de seus executivos em operações de ocultação de patrimônio ou de lavagem de dinheiro” e que “atua em conformidade com as normas vigentes do mercado financeiro”.

Nota de Lélio Carneiro Júnior:

O empresário Lélio Carneiro Júnior esclarece que, após a deflagração da operação Carbono Oculto, tomou a decisão de encerrar sua relação com a gestora REAG. Esse processo vem sendo conduzido em estrita conformidade com a legislação aplicável.

Em relação às empresas do chamado Grupo Coral, controladas por seu pai, Lélio Júnior destaca que nunca integrou o quadro societário dessas companhias e, portanto, não pode ser responsabilizado por obrigações ou problemas decorrentes da gestão de terceiros.

O seu posicionamento reflete a postura pautada pela legalidade e pela transparência, afastando de forma categórica qualquer tentativa de associar seu nome a práticas ou situações com as quais ele não tem nenhum vínculo ou ingerência.”