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Justiça condena ex-padre a 8 anos de prisão por estupro e cárcere privado

Crime ocorreu em 2019, quando o réu se aproveitou de sua antiga posição eclesiástica

O Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) reformou a sentença de primeira instância e condenou o ex-padre Marco Aurélio Costa da Silva a oito anos de reclusão pelos crimes de estupro e cárcere privado com finalidade libidinosa. A absolvição anterior alegava falta de provas, mas a Corte entendeu que a palavra da vítima, corroborada por laudos técnicos e testemunhos, era coerente e suficiente para comprovar a materialidade dos crimes. A condenação é do último mês.

O crime ocorreu em agosto de 2019, quando o réu se aproveitou de sua antiga posição eclesiástica, atraiu um jovem de 18 anos da cidade de Pernambuco para Palmas (TO), com o pretexto de entregar uma carta de recomendação vocacional.

Porém, Marco Aurélio manteve a vítima sob domínio psicológico e físico, ficando com a chave do imóvel para impedir o jovem de sair e obrigando o rapaz a consumir álcool para facilitar os abusos. Em mensagens divulgadas, o religioso exigia fotos e “massagens”, além de forçar uma convivência íntima no mesmo quarto sob a justificativa de “adaptação à vida missionária.”

A desembargadora, Angela Issa Haonat, ressaltou em seu voto que o réu explorou a vulnerabilidade econômica e espiritual da vítima, agindo de forma dolosa ao prometer auxílio para ingresso na vida religiosa. A pena definida foi de seis anos por estupro de vulnerável e dois anos pelo cárcere privado.

No entanto, o Tribunal negou o pedido de indenização mínima por danos morais, com o argumento de que a denúncia não especificou um valor líquido para a reparação. O réu tem o direito de recorrer à decisão em liberdade.

O ex-padre havia sido suspenso das atividades da igreja em 2018 e investigado anteriormente por condutas semelhantes. O histórico do religioso foi citado como elemento de convencimento sobre seu modus operandi.

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