TRIBUNAL DO JÚRI

Justiça condena réu a 30 anos de prisão por feminicídio em Morrinhos

Acusado não aceitava o término do relacionamento e atraiu a vítima com mensagens conciliatórias

A Justiça condenou, na quarta-feira (12), o réu Rodrigo Guardiano de Faria a 30 anos de reclusão em regime fechado pelo feminicídio de sua ex-companheira Joana Darque Alves de Oliveira, em Morrinhos. O Tribunal do Júri, presidido pela juíza Shauhanna Oliveira de Sousa Costa, acatou a tese do Ministério Público de Goiás (MPGO) e reconheceu a autoria e a materialidade do crime ocorrido em dezembro de 2024. Familiares e amigos da vítima acompanharam o julgamento com camisetas que estampavam o rosto dela e pediam justiça.

O promotor Guilherme Vicente de Oliveira sustentou, durante a sessão, a condenação do acusado pelo crime de feminicídio praticado em contexto de violência doméstica e familiar. Ele alegou que Rodrigo agiu com premeditação ao desferir golpes de faca na região torácica da vítima. Consta na denúncia que o crime ocorreu, pois o réu não aceitava o término do relacionamento, que durou aproximadamente dois anos e foi marcado por episódios de agressões físicas e psicológicas.

Após o término, o suspeito passou a assediar a vítima com mensagens insistentes e ligações telefônicas. No dia do crime, conforme investigação, ele enviou mensagens de teor aparentemente conciliatório para atrair Joana até sua residência. No local, entre a chegada da mulher e a saída do acusado, foram 12 minutos, conforme imagens de câmeras de segurança. Para o promotor, a situação evidenciou a premeditação do ato.

O acusado ainda teria furtado bens da vítima, como uma caixa de som e um botijão de gás, e depois fugido com o veículo dela. Ele ainda enviou uma mensagem ao irmão de Joana para avisar da morte dela. Na avaliação judicial, o ato demonstrou insensibilidade e frieza de Rodrigo.

A juíza Shauhanna Oliveira de Sousa Costa também determinou indenização mínima de R$ 100 mil em favor das sucessoras e sucessores da vítima, a título de danos extrapatrimoniais. O réu permanece preso e iniciará imediatamente o cumprimento da pena em regime fechado. Cabe recurso. O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa do acusado, mas mantém o espaço aberto, caso haja interesse.