Mabel quer reduzir em 40% valor de contrato com fundação que gere maternidades de Goiânia
"O contrato vai ser cortado em 40%. Estamos fazendo um parto a R$ 25 mil"

O prefeito Sandro Mabel (União Brasil), durante a primeira sessão ordinária da Câmara de Goiânia do ano, nesta terça-feira (4), disse que pretende reduzir os custos com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pelas maternidades da capital. Ele considera caros os valores pagos pelos serviços.
“O contrato vai ser cortado em 40%. Estamos fazendo um parto a R$ 25 mil”, exemplificou. Na ocasião, ele também disse que o cirúrgico da Maternidade Dona Iris apresenta uma taxa de ociosidade de 83% no centro cirúrgico. “Não podemos continuar pagando valores tão altos para um serviço ocioso.” O custo anual da unidade seria R$ 93,9 milhões por ano.
Conforme a prefeitura, os valores estão acima do praticado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma ecocardiografia (exame de ultrassom que avalia o funcionamento e a estrutura do coração), por exemplo, é feita por R$ 828,70, enquanto no SUS o valor é de R$ 67,86. A informação sobre este valor foi apurada pela TV Anhanguera e confirmada pelo Mais Goiás.
Ao portal, a Fundação informou que está em alinhamento com a nova gestão da prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, para promover o reequilíbrio financeiro dos convênios firmados. “Tão logo o novo plano de trabalho seja aprovado, ele será divulgado para a imprensa.”
A Fundahc compartilhou um gasto ao portal que detalha a composição de custo das maternidades de Goiânia em porcentagem. O maior é com internações (27,57%), enquanto os partos representam 20,69% dos serviços prestados e a UTIN/UCIN, 15,94%.
Ainda conforme a fundação, cada parto realizado custa R$ 3.172 e não R$ 25 mil. Já o valor da ecocardiografia é R$ 250, conforme contrato vigente (processo 0756/2024). Outros atendimentos são: pronto-socorro geral (13,56%), UTI adulto (7,50%), cirurgias (5,30%), consultas eletivas (5,07%) e enfermaria adulto (4,36%).
“Vale ressaltar que os atendimentos oferecidos em cada unidade são definidos e validados pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), bem como os valores devidos para sua realização. Esses detalhes estão previstos nos convênios tripartites assinados entre Fundahc, UFG e SMS e são disponibilizados em nosso site”, informa.
A secretaria de Saúde também enviou nota ao Mais Goiás:
“Os custos dos procedimentos hospitalares são variáveis conforme a taxa de ocupação das unidades, mas, por exemplo, com 50% de ocupação a diária da enfermaria custa R$ 1.017, a diária da UTI Adulto R$ 2.742 e um parto normal (sem centro cirúrgico, sem anestesia, sem acompanhamento de pré-natal, etc.) custa R$ 4.054. Esses valores estão acima dos cobrados por hospitais particulares que são prestadores de serviços da Prefeitura.
A SMS gasta atualmente com o Hospital e Maternidade Dona Íris R$ 7,6 milhões mensais do convênio com a Fundahc, mais R$ 1,7 milhões com folha de pagamento de servidores lotados na unidade; com a maternidade Nascer Cidadão, são gastos R$ 1,9 milhões mensais do convênio da Fundahc, mais R$ 1,8 milhão com folha de pagamento de servidores lotados na unidade; e com o Hospital e Maternidade Célia Câmara são gastos R$ 10,5 milhões mensais do convênio com a Fundahc. São R$ 20 milhões mensais de convênios com a fundação que estão sendo renegociados, tendo em vista o atual estado de calamidade financeira, estrutural e operacional da rede de saúde do município.”