Metanol em bebidas: cinco pessoas já foram conduzidas à delegacia em Goiás
Delegado geral da Polícia Civil afirma que operação visa dar segurança à população e que, por ora, não há casos confirmados
Com Mariana Martins, do Mais Goiás
Nos primeiros dias de operação que visa coibir a circulação de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol em Goiás, a força-tarefa composta pelas secretarias de Segurança Pública e de Saúde, além do Procon, conduziu à delegacia cinco pessoas para que prestassem depoimento. Entretanto, até o momento ninguém foi preso. A informação é do delegado-geral da Polícia Civil, André Ganga.
“Estamos investigando não só essa adulteração com uso de metanol, mas qualquer tipo de adulteração ou produtos vencidos que sejam impróprios para o consumo da população”, afirmou Ganga ao Mais Goiás.
O delegado geral da Polícia Civil explica que o crime que está sendo investigado é tipificado pelo artigo 272 do Código Penal, que prevê reclusão de quatro a oito anos se houver dolo na conduta.
“Por enquanto ainda não há casos confirmados de adulteração de bebidas com metanol em Goiás. O que estamos fazendo é uma fiscalização preventiva, que visa dar segurança à população. A gente recomenda à pessoas que verifiquem o estabelecimento, o preço da bebida que se pretende consumir, o local em que ela está sendo adquirida, o tipo de garrafa”.
Ganga lembra que denúncias podem ser feitas pelos números 190 e 197.
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Casos descartados e casos sob investigação
A Secretaria de Estado de Saúde informou que a menina de 18 anos, residente em Senador Canedo, que foi internada no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) não foi intoxicada por metanol presente em bebida alcoólica, como chegou a se suspeitar. Com essa atualização, agora são três os casos investigados e dois já descartados.
O primeiro deles é o de uma mulher de 25 anos, moradora de Itapaci, que está internada desde sexta-feira (3) no Hospital do Centro Norte Goiano (HCN), em Uruaçu. Essa paciente consumiu álcool em Guarinos horas antes de passar mal. Embora esteja respondendo ao tratamento e tenha melhorado o quadro clínico, o que possibilitou a extubação, o estado dela ainda é grave.
O segundo caso sob investigação é o de um homem que está em protocolo de morte encefálica. Ele mora em Padre Bernardo e deu entrada no pronto-socorro em Brazlândia na madrugada de sexta, sendo depois transferido para o Hospital de Base de Brasília. O paciente tem 47 anos, é obeso, hipertenso e evoluiu com insuficiência respiratória aguda, o que demandou cuidados intensivos. Foram encontrados cerveja, vodka, outros destilados e energético no carro do paciente. As bebidas foram compradas numa localidade chamada Vendinha, próxima a Padre Bernardo.
O terceiro caso é o de um rapaz de Formosa, de 20 anos, que já recebeu alta. Ele foi internado na sexta, no Hospital Estadual de Formosa, depois de haver consumido vodca. Com o passar dos dias, ele diminuiu as queixas e disse que a turbidez na visão havia diminuído. A alta foi dada no dia 4 de outubro.
Outro caso descartado
Antes do caso da menina de Senador Canedo, a SES já havia descartado um caso que vinha sendo investigado como possível contaminação por consumo de álcool com metanol. Tratava-se de um homem de 25 anos, do município de Bom Jesus de Goiás.
O paciente foi internado no Hospital Municipal de Bom Jesus, no dia 4 de outubro, com muita dor abdominal, vômitos e visão turva. CIATox avalia ter sido outro tipo de intoxicação, com causa ainda a esclarecer. Foram solicitados exames adicionais e está em acompanhamento junto à unidade de saúde.
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