Morre indígena Avá-Canoeiro que teve leito de hospital adaptado para colocar rede
Nakawatcha morreu em Uruaçu

Morreu, na quinta-feira (4), a indígena Nakwatcha, de 78 anos, que estava internada no Hospital Centro Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, para tratar sintomas de câncer. Ela era uma das últimas cinco sobreviventes da etnia Avá-Canoeiro, que sofreu um massacre na década de 70. A paciente teve seu leito de hospital adaptado com uma rede, para respeitar as necessidades biológicas e culturais. A morte da indígena foi confirmada pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Desde o último sábado, 29 de abril, Nakwatcha estava internada no HCN. A equipe médica do hospital realizou adaptações em seu leito de internação, proporcionando-lhe conforto e condições adequadas para os tratamentos. A SES informou que a adaptação foi realizada para respeitar as necessidades biológicas e culturais da indígena.
A etnia Avá-Canoeiro foi vítima de um massacre na década de 70, e Nakwatcha era uma das poucas sobreviventes. A terra Avá-Canoeiro foi uma das seis terras indígenas demarcadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abrangendo mais de 31,4 mil hectares e sendo lar de nove avá-canoeiros, segundo o chefe da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em Goiás, Marcello Moura.
Nakwatcha representava não apenas uma sobrevivente da etnia Avá-Canoeiro, mas também a preservação de uma cultura e de tradições ancestrais. Sua morte é uma perda significativa para a comunidade indígena e para a preservação da diversidade cultural brasileira.
Por meio de nota, o Conselho Regional de Educação (CRE) de Minaçu expressou pesar com a morte.
“Mulher que sobreviveu a muitos massacres físicos e culturais. Que um dia possamos nos encontrar novamente. Palavras de carinho e conforto a sua família que resiste” informou o CRE.
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