Tragédia

Motorista que matou gari atropelado admitiu briga com namorada durante acidente

O homem fugiu do local sem prestar socorro a vítima que estava de bicicleta, a caminho do trabalho

O motorista que atropelou e matou o gari David José, de 47 anos, admitiu que o acidente aconteceu enquanto ele e a namorada brigavam dentro do carro. O trabalhador estava de bicicleta a caminho do trabalho quando foi morto, em Goiânia. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Mayra Barcelos, o homem fugiu do local sem prestar socorro ao gari.

O trabalhador morreu atropelado na rodovia GO-070, em Goiânia, no último domingo (4). O turno de trabalho do gari ia iniciar às 7 h. A Polícia Civil informou, na ocasião, que o carro arrastou a vítima no asfalto por cerca de 60 metros. O nome do condutor do veículo, um universitário de 23 anos, não foi divulgado pela polícia.

O estudante prestou depoimento na última sexta-feira (9), na Delegacia de Crimes de Trânsito (Dict), e afirmou que estava em uma reunião com colegas junto com a namorada na noite que o acidente ocorreu.

Discussão

A delegada Mayra afirma que, de acordo com o depoimento, o acidente aconteceu quando o universitário voltava para casa. Uma discussão com a namorada teria acontecido dentro do carro, quando, segundo o depoente, ela teria soltado um grito que fez com que ele perdesse a atenção e colidisse contra a bicicleta da vítima.

Mônica Vale e Silva, sobrinha do gari, disse que espera por justiça, pois declara que desde o momento em que a família chegou ao local do acidente e viu o gari jogado no chão “pior que um cachorro”, ficaram muito revoltados pelo condutor do veículo não ter parado e prestado socorro Pa vítima. “É muito desumano”, desabafou.

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) se manifestou em nota e se solidariza com a família. Conforme a nota, a Comurg está prestando toda assistência aos familiares do funcionário e pede que a justiça seja feita e que o motorista seja punido.

Depoimento

A delegada afirma que o depoimento do motorista coincide com a perícia feita no local do acidente. Segundo Mayra, os policiais conseguiram localizar uma foto do veículo logo após a colisão com o para-brisas quebrado, o capô amassado e o rosto do condutor dentro do carro.

Mayra ainda disse que o depoente alegou que bateu o rosto no volante e, por isso, quebrou alguns dentes. Ele ainda justificou que estava desesperado e a namorada nervosa e por isso resolveu evadir e ir embora para casa.

A investigação do aponta para um caso de homicídio culposo, neste primeiro momento, com a causa de agravante pela fuga do local do acidente.

No entanto, se durante a investigação ficar comprovado que o estudante fez ingestão de bebida alcoólica antes do acidente e que também trafegava em excesso de velocidade, pode caracterizar homicídio doloso, com intensão de matar.