Penalidade máxima

MP de Goiás faz acordo com três jogadores citados em conversas sobre manipulação esportiva

Jogadores não chegaram a ser denunciados como réus e agora serão testemunhas na nova fase da investigação

Citados em conversas do grupo de apostadores denunciados pela Operação Penalidade Máxima, que investiga o esquema de manipulação de jogos de futebol, três jogadores fecharam acordos com o Ministério Público de Goiás e serão testemunhas na nova fase da investigação. Bryan Garcia (que teve o contrato rescindido pelo Athletico), Diego Porfírio (ex-Coritiba, hoje no Guarani) e Nino Paraíba (ex-América-MG) prestaram depoimentos e deram novos detalhes sobre a quadrilha de apostadores e confirmaram aos investigadores a manipulação de mais cinco jogos do Brasileirão do ano passado. Os acordos dos três, agora, vão ser homologados pela Justiça.

Os depoimentos comprovaram que houve manipulação em cinco jogos que não foram objetos de denúncia nas duas primeiras fases da Operação. Nino Paraíba admitiu ter recebido quantias em dinheiro para receber cartões amarelos em três jogos que apareceram em conversas, mas não haviam sido confirmados pelo MP-GO até então: Flamengo e Ceará, pela 25ª rodada do Brasileirão, Ceará x São Paulo, na rodada seguinte e em Ceará x Cuiabá, na 32ª rodada. Da mesma maneira, Bryan Garcia confessou ter cometido a infração no duelo entre Athletico e Fluminense, e o mesmo aconteceu com Diego Porfírio sobre o confronto entre Coritiba e América-MG, ambos na 25ª rodada.

Os jogos citados pelos atletas nos depoimentos estão no mapeamento do escândalo das apostas feito pelo Globo a partir da análise das 2.686 páginas da investigação do MPGO. O levantamento deu origem a um mapa interativo sobre o escândalo das apostas, disponível neste link. Na ferramenta, os leitores podem conferir os resultados, o resumo das apostas feitas, os jogadores aliciados e as equipes envolvidas em cada uma das partidas suspeitas.

O acordo também prevê o pagamento de uma prestação pecuniária que será destinada ao Conselho Comunitário de Segurança e Defesa Social do Município de Goiânia, no valor do dinheiro recebido pelos jogadores para cometerem as infrações. Assim, a quantia foi fixada em R$ 52 mil para Diego Porfírio, R$ 80 mil para Bryan Garcia e R$ 160 mil para Nino Paraíba.

Alef Manga, jogador do Coritiba que atualmente está com o vínculo suspenso, também prestou depoimento, mas ainda não fechou acordo com o MP. Até agora, são sete os jogadores que fizeram o acordo de não-perscução criminal com o MP. Kevin Lomónaco, do Bragantino; Moraes, do Juventude; Nikolas Farias, do Novo Hamburgo e Jarro Pedroso, hoje no Inter de Santa Maria, também são testemunhas das investigações.