MP denuncia delegado e esposa em esquema de desvio de verba da Educação em Rio Verde
MP aponta que casal liderava esquema que desviou mais de R$ 2,2 milhões da Educação em Goiás, além de outros crimes

O delegado Dannilo Ribeiro Proto e a esposa, Karen de Souza Santos Proto, ex-coordenadora regional de Educação de Rio Verde, foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) por organização criminosa, peculato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e outros crimes. O casal é acusado de chefiar um esquema que teria desviado mais de R$ 2,2 milhões de recursos destinados a escolas estaduais por meio de contratos fraudulentos e empresas de fachada.
As denúncias fazem parte da Operação Regra Três, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Sul) em 21 de agosto. O MP optou por apresentar duas denúncias separadas devido à complexidade do caso, ao número de investigados e à variedade de crimes apurados.
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Segundo as investigações, o casal usava cargos estratégicos no poder público para controlar licitações e garantir contratos irregulares. O Instituto Delta Proto (IDP), do qual Dannilo e Karen são sócios, teria sido beneficiado com pelo menos 40 contratos sem licitação desde 2020, envolvendo reformas de escolas, impressão de material didático e até a realização de concurso público da Câmara Municipal de Rio Verde.

De acordo com o Gaeco, além do desvio de recursos, havia um esquema de lavagem de dinheiro para ocultar a origem ilícita dos valores. Empresas de fachada eram usadas para emitir notas falsas e justificar movimentações financeiras.

Prisão e denuncia
Dannilo está preso preventivamente desde a operação, enquanto Karen deixou o cargo na Secretaria Estadual de Educação no início deste ano. Outros servidores públicos e empresários também foram denunciados por fazerem parte do esquema, mas não tiveram seus nomes divulgados.

Na primeira denúncia, o casal é acusado de organização criminosa, falsidade ideológica, ameaça, prevaricação e violação de sigilo funcional. A segunda trata de contratação ilegal, peculato, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
Os crimes relacionados ao concurso da Câmara Municipal de Rio Verde serão denunciados em uma ação penal separada, segundo o Ministério Público.
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