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MP discorda de arquivamento de investigação sobre o sumiço de jovem trans em Aparecida

Ministério Público pedirá diligências complementares, assim como o envolvimento de outras unidades investigativas

O Ministério Público de Goiás (MPGO) discorda do pedido de arquivamento pela Polícia Civil da investigação sobre o desaparecimento de Alícia Marques, uma jovem trans com então 18 anos. A estudante foi vista pela última vez em 12 de fevereiro de 2022, no Bairro Jardim Helvécia, em Aparecida de Goiânia.

O delegado Jonatas Barbosa pediu o arquivamento em janeiro deste ano. A justificativa é que a polícia não teve novas informações sobre o desaparecimento após cerca de um ano. Segundo a corporação todos os caminhos foram tentados na investigação, mas não houve sucesso.

Para o MPGO, contudo, são necessárias diligências complementares. O órgão também adianta que pedirá o envolvimento de outras unidades investigativas.

“O Ministério Público de Goiás (MPGO) esclarece que o inquérito policial foi remetido na tarde de hoje à 7ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia, que tem atribuição na vara judicial responsável pelo caso. No entanto, a promotora Simone Disconsi de Sá Campos (atual responsável pela 7ª PJ de Aparecida de Goiânia) esclarece que teve acesso prévio ao inquérito e adianta que não está de acordo com o pedido de arquivamento. Ela adianta que solicitará diligências complementares, assim como o envolvimento de outras unidades investigativas.”

Desaparecimento de Alícia Marques

A estudante transexual Alícia Marques foi vista pela última vez em 12 de fevereiro de 2022, no Bairro Jardim Helvécia, em Aparecida de Goiânia. À época, a mãe dela, a diarista Fabrícia da Silva Pereira, informou ter procurado pela filha no quarto, na manhã do dia seguinte. Imediatamente, tentou ligar para a jovem. No entanto, o celular já estava desligado.

Fabrícia ainda tentou contato com a filha por meio de mensagens, que não chegaram à destinatária. De acordo com a diarista, a jovem não informou para onde estava indo, mas disse que a garota sempre voltava para casa no dia seguinte após deixar a residência. Segundo ela, a estudante não tinha inimigos, mas temia que alguém tivesse feito mal a ela por ser transsexual.