MST ocupa sede do Incra em Goiás e cobra avanços na reforma agrária
Movimento defende políticas públicas "que garantam o acesso à terra, à produção de alimentos saudáveis e ao fortalecimento da agricultura familiar"

Famílias camponesas do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na terça-feira (22), as instalações da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Goiás. Conforme o MST, a ocupação marca “a mobilização de 600 trabalhadores rurais, que reivindicam os assentamentos para as famílias acampadas há mais de dez anos e políticas públicas que garantam o acesso à terra, à produção de alimentos saudáveis e ao fortalecimento da agricultura familiar”.
Coordenador do MST Goiás, Ueber Alves explica que os acampamentos mais antigos são Leonir Orback, em Santa Helena de Goiás, que ocupa a propriedade de um grupo que deve bilhões de reais à União; Dom Tomás Balduíno, em Formosa, já com processo de desapropriação pelo Incra; assim como o Tchê, no município de Piranhas. Outro acampamento é o Oziel Alves, em Catalão, cuja área pertencia ao Banco do Brasil e foi leiloada com o compromisso do Instituto em adquirir; e ainda, em Ipameri, o Ana Ferreira, que está judicializado. As ocupações ocorreram entre 2014 e 2016, sendo 3 mil famílias aguardando a reforma agrária.
Desta forma, a principal reivindicação é a reforma agrária popular que garanta o sustento de milhares de famílias no Estado e no Brasil, mas o grupo também aproveita para abordar o “Plebiscito Popular 2025”. No primeiro dia, o MST atuou na organização dos acampamentos e das rotinas da ocupação. Já nesta quarta-feira (23), o Movimento organizou uma agenda de exposições formativas sobre a luta por direitos dos camponeses em diálogo com os aliados políticos do movimento, com participação dos assessores do Fórum Goiano, Renato Costa, e do vereador por Goiânia, Fabrício Rosa (PT), ocasião em que abordaram o “Plebiscito Popular 2025”.
Este trata da consulta à população de todo o País sobre a possibilidade do fim da escala de trabalho no regime 6 por 1 e da taxação suplementar de até 10% para as rendas de 50 mil reais por mês ou acima, para garantir a isenção do imposto de renda para quem recebe até 5 mil ao mês.
O Mais Goiás procurou o Incra para comentar a ocupação e aguarda retorno.