MPGO

Não há controvérsia sobre como ocorreu o fato, diz promotora do caso Robertinho

Renata de Oliveira Souza diz que júri dos PMs acusados pela mote do jovem debaterá debaterá se a conduta deles foi correta ou não. "Do ponto de vista do Ministério Público não foi"

A promotora do caso Robertinho, Renata de Oliveira Souza, afirmou que não existe “muita” controvérsia sobre como ocorreram os fatos que culminaram na morte do adolescente, em 2017. Ela afirma que o júri dos policiais militares acusados pela morte do jovem debaterá se a conduta deles foi correta ou não.

“Do ponto de vista do Ministério Público não foi. A ponto de ser um crime. Não corresponde ao que se espera em matéria de segurança pública”, declarou a promotora.

O julgamento foi adiado cinco vezes. Nesta segunda, teve início o julgamento dos policiais militares (PMs) Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva, que invadiram a residência da vítima e balearam ele e o pai dele.

O júri começou às 10h10. A primeira testemunha a ser ouvida foi Roberto Lourenço da Silva, pai da vítima. Depois do depoimento, ele disse, em coletiva, que foi doloroso lembrar o ocorrido em 2017.

O caso

Em 2017, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou os soldados pelos crimes de tentativa de homicídio, homicídio triplamente qualificado, abuso de autoridade e fraude processual. O incidente ocorreu quando os policiais, sem estarem caracterizados, cortaram a energia da casa onde Robertinho morava com sua família e invadiram o local.

O pai de Robertinho, ao confundi-los com ladrões, teria realizado disparos, levando à reação dos policiais, que atiraram contra o adolescente, resultando em sua morte instantânea. O pai também foi baleado e precisou ser hospitalizado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

Outro ponto

Segundo o MP, os PMs, depois de perceberem a situação, teriam resolvido alterar os fatos para não serem responsabilizados pelo crime. Conforme a denúncia, os policiais passaram a mascarar o local do crime para simular uma troca de tiros com a vítima Roberto Lourenço, pai de Robertinho, para alegar legítima defesa.

Um dos agentes, inclusive, teria utilizado a arma da vítima que estava no chão para disparar contra o portão, de dentro para fora. Além disso, os três denunciados começaram a recolher os estojos das munições referentes aos disparos efetuados dentro do imóvel.