PRECIPITAÇÃO

Paço não define data e 44 não deve ter retomada no próximo dia 13

Depois de várias reuniões entre empresários e comitê de crise da prefeitura de Goiânia, comerciantes…

Depois de várias reuniões entre empresários e comitê de crise da prefeitura de Goiânia, comerciantes davam como certo o afrouxamento do decreto de quarentena na capital. A celebração e divulgação de datas de retorno pelos lojistas pode ter ocorrido, entretanto, de maneira precipitada, já que nenhum documento municipal foi publicado para garantir o que alegam ter combinado em reuniões no Paço Municipal. Agora, dias antes da pretensa reabertura, empresários reclamam de uma “repentina mudança de discurso” da administração, que reforça em nota: “toda e qualquer reabertura será definida em reunião do COE, dependendo da situação epidemiológica”.

Na última semana, os empresários tinham como “quase certa” a reabertura de shoppings, comércio varejistas a partir do próximo sábado (6). No dia 13 de junho seria a vez de retomar as atividades na 44, segundo informou à imprensa o presidente da Associação Empresarial Região da 44, Jairo Gomes. A Prefeitura, no entanto, alega que não definiu a data da volta de tais atividades.

A retomada de atividades comerciais não essenciais à vida no momento considerado como o pico da pandemia em Goiás já havia sido criticada por infectologistas. A flexibilização, sobretudo na região da 44, é alvo de preocupação para especialistas, que temem aumento diário de número de casos de covid-19 na capital por conta da aglomeração nas lojas.

À época do início das discussões para reativação dos trabalhos na Região da 44, o infectologista Boaventura Braz afirmou que a abertura pode ser arriscada. Segundo ele, o local pode gerar muita aglomeração e que os estudos do mundo todo continuam mostrando que a melhor forma de conter o coronavírus é o distanciamento social. “Se tivéssemos mantido aquele índice de 70% no início estaríamos aptos a discutir uma abertura, com cuidado, agora”, disse.

“Mudança de discurso”

Poucos dias antes da suposta volta das atividades, a Associação Empresarial da Região da 44 emitiu nota na qual diz encarar com “profunda indignação a repentina mudança de discurso por parte do Comitê de Crise de Goiânia (COE) para o enfrentamento da Covid-19”.

Segundo o texto, em uma reunião entre integrantes do Comitê e representantes de vários segmentos do comércio da capital, ficou acordado uma data para o início da reabertura para cada setor com adoção de medidas de segurança previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A Associação diz que vê como “lamentável” que a prefeitura de Goiânia “não cumpra sua palavra dada, afetando assim o sustento de milhares de famílias que dependem da 44 para tirarem seu sustento de todos os dias”.

E continuou: “é também lamentável que a gestão municipal não dê o devido voto de confiança aos empresários locais, que pagam seus impostos, cumprem a lei e se comprometem com a reabertura segura do comércio; ao passo que demonstra total falta de efetividade em seu trabalho de fiscalização ao deixar que ambulantes irregulares invada a região causando aglomerações e não tomando qualquer medida preventiva”.

Crise

A nota diz ainda que, desde o início do isolamento social, centenas de micro e pequenas empresas já fecharam. Segundo a AER 44, já são 1.600 pontos de vendas devolvidos e 20 mil postos de trabalho, direto e indireto, eliminados. “Os números mostram que a reabertura de forma responsável, tomando-se todas as medidas necessárias”.

Por fim, a Associação afirmou que segue defendendo “firmemente” a necessidade de reabertura no dia 13 de junho para quase 17 mil lojistas da região, “uma vez que muitos empreendimentos, lojas e confecções, já na perspectiva da reabertura em breve, convocaram seus colaboradores que estavam temporariamente afastados”.

A Prefeitura de Goiânia, por sua vez, disse que o Comitê nunca definiu data para retorno das atividades. Ressaltou, ainda, que toda reabertura será definida em reunião do COE, dependendo da situação epidemiológica da cidade.