Pastor suspeito de gerir “campo de concentração” em Anápolis se entrega, mas fica em silêncio
Foragido desde terça-feira (29), ele estava acompanhado do advogado

Foragido desde a última terça-feira (29), o pastor Klaus Júnior, um dos responsáveis por manter duas clínicas clandestinas acusadas de maus-tratos em Anápolis, se entregou na madrugada deste sábado (2). Ao Mais Goiás, a Polícia Civil confirmou que ele ficou em silêncio durante depoimento.
Klaus estava acompanhado de seu advogado durante a ida à Especializada no Atendimento do Idoso (Deai). No momento, ele está preso na cadeia pública de Anápolis. O portal também tentou contato com o delegado Manoel Vanderic, mas não teve retorno.
Além de Klaus, pastor da Igreja Batista Nova Vida, as clínicas eram gerenciadas pela esposa dele, a pastora Suellen Klaus, que tinha cargo comissionado na prefeitura da cidade. Presa, a mulher foi exonerada após a descoberta dos crimes.
Ao todo, 93 pessoas foram encontradas em duas clínicas clandestinas, na terça e na quinta (31). Na primeira, tinham 50 com idades entre 14 e 96 anos, e foram resgatadas com graves ferimentos e em estado de desnutrição. O delegado classificou o local como “campo de concentração”.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas estavam em cárcere privado e tortura. Os pacientes eram levados de forma ilegal e involuntária ao local, onde eram trancados mediante pagamento de, no mínimo, 1 salário mensal. Entres os pacientes estavam pessoas com deficiência intelectual e física, além de dependentes químicos.
Já na quinta, a polícia descobriu a segunda clínica clandestina, com 43 pessoas. Este foi descoberto após familiares das vítimas procurarem a delegacia e relatarem que não encontraram os parentes entre os resgatados na primeira.
Assim, os agentes fizeram diligências e conseguiram chegar ao segundo local. “Muitos estavam amarrados às camas de cimento, sem alimentação e medicação, sem acompanhamento médico ou psicológico. As vítimas estavam bastante debilitadas. A maioria possui deficiência intelectual e estava em surto”, disse o delegado.
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