PF apura se munições adquiridas por CACs goianos nos EUA seriam usadas para o crime organizado
Delegado diz que volume não condiz com esporte

Com colaboração de Aulus Rincon
A Polícia Federal (PF) apura se as armas e munições adquiridas nos EUA, apreendidas durante operação que resultou na prisão de goianos com o registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), seriam usadas para alimentar o crime organizado em Goiás. O delegado Rodrigo Teixeira disse que o volume não condiz com o esporte praticado pelos suspeitos.
“A aquisição feita nos Estados Unidos é legal, mas a forma como eles as enviavam para o Brasil, não. Trata-se de um crime grave, que é o tráfico internacional de munições. O que queremos saber agora é qual o verdadeiro destino destas munições aqui em Goiânia, afinal pra que tamanha quantidade, chegariam nas mãos de quem, e com qual finalidade”, questionou o delegado.
A PF encontrou as armas ilegais com CACs suspeitos de compor grupo de tráfico internacional de munições dos Estados Unidos (EUA) para Goiás, durante operação desencadeada na quinta-feira (29). Três deles foram detidos, até o momento, mas não tiveram o nome divulgado.
Além de munições, armas de uso restrito que não tinham registro foram confiscadas sob posse dos autuados. A investigação da PF, que cumpriu sete mandados de busca e apreensão, em Goiânia e Trindade, teve como alvo um grupo que estaria comprando grandes quantidades de munições nos EUA e enviando para Goiás de forma ilegal. Os contêineres com munições chegavam pelo Porto de Santos, São Paulo. Os nomes dos alvos da corporação surgiram após a apreensão de um destes contêineres, que tinha mais de 12 mil munições, em 2021.
Operação
Na manhã de quinta, a PF já tinha apreendido 15 armas de fogo, milhares de munições, além de R$ 12 mil e US$ 61.700 em espécie com os investigados, que são todos CACs.
Além da ação em Goiás, os agentes também cumpriram, com o apoio de agências internacionais, um mandado de prisão e outro, de busca e apreensão, contra um goiano que mora nos EUA há 20 anos. Nomes e idades dos presos, e demais investigados, que inicialmente responderão por tráfico internacional de munições e associação criminosa não foram divulgados.