HISTÓRIA

Piloto goiano que morreu em Copacabana era fascinado por aviões e tinha filho de 6 anos

Piloto Luiz Ricardo Amorim conduzia um monomotor que rebocava faixa de propaganda quando sofreu acidente, no dia 27 de dezembro

A morte do piloto goiano Luiz Ricardo Leite de Amorim, que tinha 40 anos e perdeu a vida ao cair de avião no último sábado (27), na praia de Copacabana (Rio de Janeiro), mexeu com pessoas que o viram crescer em Goiânia. Em entrevista ao Mais Goiás, o ex-colega do curso de aviação Rafael Fagundes e a ex-vizinha Naturalina Silva descreveram-no como um rapaz fascinado por aeronaves, estudioso e de bom coração.

“Conheci o Luiz quando ele tinha 12 anos. A mãe dele era minha vizinha”, diz Naturalina ao se lembrar da amiga Ângela Amorim, falecida em 2020. “Ângela trabalhava duro para criar o único filho. Quando o mandato de conselheira tutelar em Goiânia terminou e o esposo faleceu, ela se mudou para Itália com o garoto e o fez aprender vários idiomas”.

Naturalina conversou com Luiz Ricardo logo depois que Ângela morreu. “A mãe dele deixou uma casa no setor Vera Cruz, saída para Trindade. Foi muito triste, porque ele queria ter voltado com a mãe e terminar de construir o imóvel, com piscina e área de churrasqueira gourmet”, complementa a ex-vizinha. “Era um batalhador para adquirir as coisas”.

CONFIRA: Vídeo: Avião que fazia propaganda cai no mar em Copacabana, no Rio de Janeiro

Luiz tinha um filho de seis anos, que era a paixão da vida dele. O rosto da criança estava inclusive tatuado no peito do pai. É no nome dele, o único herdeiro, que o inventário de Ângela vai seguir. A mãe do menino mora na Suíça, onde Luiz fixou residência por muitos anos antes de tomar a recente decisão de se mudar para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado.

Luiz Ricardo na praia: rosto filho tatuado no peito (Foto: redes sociais)

Fascínio por aviões

Luiz sempre foi movido pelo desejo de viajar e pelo fascínio por aviões. Em 2014, ele fazia um curso para ser piloto na escola de aviação civil AHV, em Goiânia, quando conheceu Rafael Fagundes. Os dois costumavam ir juntos à pista de decolagem para admirar as aeronaves.

“Ele era um cara muito extrovertido, enturmava com todos da sala. Aluno exemplar, que inclusive passou na banca da Anac [Agência Nacional de Aviação] de primeira”, afirma Rafael. “Sempre foi apaixonado por aviões, desde criança”.

O amigo diz que, durante as aulas, era comum os professores levantarem discussões sobre os riscos da profissão de piloto. “Todos nós sabemos dos riscos. Infelizmente estamos sujeitos a isso, e inclusive nas aulas os professores sempre falavam dos erros que poderiam ocasionar um acidente”.

O acidente que tirou a vida de Luiz ocorreu quando sobrevoava a Copacabana em um monomotor que rebocava uma faixa de propaganda. De acordo com a Visual Propaganda Aérea, empresa dona da aeronave, aquela era a primeira vez que o piloto realizava esse tipo de operação. Ainda assim, informou que ele estava habilitado e havia passado por treinamento específico.

Carteira funcional de Luiz Ricardo Leite de Amorim (Foto: Reprodução)