VENDA PROIBIDA

Polícia investiga esquema de desvio e revenda de medicamentos do SUS em Aparecida

A embalagem dos remédios era manipulada pelos criminosos

Uma operação conjunta da Polícia Civil de Goiás (PCGO), Guarda Civil Metropolitana (GCM) e Vigilância Sanitária desarticulou um esquema criminoso de adulteração e revenda ilegal de medicamentos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O flagrante ocorreu na segunda-feira (24), em um galpão clandestino localizado no Bairro Cardoso, em Aparecida de Goiânia, onde caixas de remédios eram manipuladas para ocultar o carimbo de “proibida a venda ao comércio”.

A ação teve início após uma denúncia anônima. Ao chegar ao local, as equipes encontraram uma estrutura improvisada que funcionava como uma fábrica clandestina. Grandes quantidades de medicamentos, incluindo alguns usados no tratamento da hipertensão, estavam armazenadas em condições inadequadas e eram submetidas a um processo de adulteração das embalagens.

Carimbos eram removidos

Os medicamentos chegavam ao galpão com o carimbo “Proibida a venda ao comércio”, indicando destinação exclusiva para órgãos governamentais, mas esse aviso era removido para que as caixas fossem revendidas a farmácias.

Os policiais encontraram caixas com o carimbo original e outras já limpas e prontas para venda, além de uma mesa usada para a remoção das marcações. Também localizaram óleo de banana, flanelas, canetas e outros utensílios utilizados na ocultação do aviso. A Vigilância Sanitária interditou o local e apreendeu todos os medicamentos manipulados de forma irregular.

O proprietário do galpão foi preso em flagrante. Ele responderá por armazenar mercadorias em condições impróprias ao consumo, crime previsto no artigo 7º, inciso IX, da Lei 8.137 de 1990. Segundo a Polícia Civil, o homem tentou fugir no momento da abordagem, mas acabou detido.

O delegado Humberto Teófilo, responsável pelo flagrante, destacou o impacto direto do esquema no atendimento à população. Ele explicou que medicamentos carimbados têm destino específico e que a retirada irregular desse material prejudica o cidadão que depende do fornecimento gratuito nas unidades públicas de saúde.

A Polícia Civil agora investiga como os remédios eram desviados do SUS e para quais farmácias eram encaminhadas as caixas adulteradas. Também será apurado se os estabelecimentos tinham conhecimento da alteração nas embalagens.