Polícia prende 32 suspeitos de integrar quadrilha que faturou R$ 164 milhões com fraudes virtuais
Investigações apontam que os mentores da quadrilha são um casal de goianos

Na maior ação contra golpes virtuais já realizada pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), 32 pessoas foram presas, nesta quinta-feira (10), suspeitas de participação em um esquema criminoso que faturou, em um ano e meio, R$ 164 milhões. Investigações apontam que os mentores da quadrilha são um casal de goianos, presos em uma cobertura de alto luxo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Investigações que começaram em 2024 descobriram que, após comprarem dados de terceiros na chamada Dark Web, golpistas passaram a contatar comparsas, conhecidos como “laranjas”, para movimentar altas quantias, obtidas através de furtos bancários, ou de compras e outras transações feitas com contas, e cartões de terceiros. Como os valores furtados pela quadrilha eram altos, várias empresas de fachada foram criadas de forma virtual, para que o dinheiro pudesse ser “pulverizado”.
“A quase totalidade dos presos hoje são pessoas da chamada alta sociedade, que moram em condomínios fechados, e andam em carros de luxo. Pelo que apuramos, todo o dinheiro obtido com as fraudes foi usado para compras de imóveis e veículos, além de servirem para bancar a vida de alto padrão dos envolvidos. Em razão disso, nos solicitamos, e a justiça decretou o sequestro de R$ 112 milhões em bens dos investigados”, descreveu a delegada Bárbara Buttini, adjunta da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), e responsável pelas investigações.
Goianos suspeitos de liderar quadrilha movimentaram R$ 16 milhões em pouco mais de um ano
Somente o casal de goianos preso no Rio de Janeiro, segundo a delegada, movimentou, em pouco mais de um ano, R$ 16 milhões. A PC não divulgou os nomes dos presos, mas afirmou que a mulher que vivia na Barra da Tijuca com o marido é uma conhecida blogueira, que tinha uma loja de roupas virtual, de fachada, onde movimentava parte do dinheiro obtido com os golpes.
As prisões dos 32 indiciados foram cumpridas hoje em Goiânia, Goianira, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Abadiânia, Estrela do Norte, no Rio de Janeiro, e no Distrito Federal. Os 180 policiais que participaram da operação também cumpriram 42 mandados de busca, que culminaram com as apreensões de impressoras usadas na fabricação de documentos públicos, computadores, celulares, máquinas de cartão, e softwares.
A expectativa é que a perícia feita no material apreendido ajude, além da coleta de provas, na identificação de outros envolvidos no esquema criminoso. “Surpreendeu até mesmo a nós policiais a complexidade e grandiosidade do esquema, e não está descartada a participação de outras pessoas”, concluiu Bárbara Buttini.