Um empresário de Goiânia está sendo procurado pela Polícia Civil suspeito de ter aplicado um golpe milionário em comerciantes de Santa Catarina. Metade da carga de tecidos que ele comprou e não pagou foi recuperada na manhã desta quarta-feira (13/07) em um galpão no Setor Criméia Leste, em Goiânia.
De acordo com o Delegado Valdemir Pereira, titular da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), R.D.O. (o nome do suspeito não foi divulgado) é bastante conhecido em Goiás por comprar e vender tecidos. Em 2014, porém, após ter o nome negativado, o suspeito montou duas empresas em nomes de outras pessoas, e como já era conhecido no mercado, e por sempre pagar em dinheiro, continuou comprando tecidos junto a comerciantes de Santa Catarina.
No início deste ano, de acordo com o que apurou a polícia, ele efetuou compras parceladas no valor total de R$ 8 milhões junto a 12 empresas do Sul do Brasil, mas em maio, mês em que vencia o primeiro boleto para pagamento, R.D.O. desapareceu. Comerciantes de Santa Catarina estiveram em Goiânia e descobriram que os imóveis que estavam vinculados ao endereço das duas empresas que o empresário mantinha estavam fechados. Um deles, inclusive, já com uma placa de aluga-se na fachada.
Ao investigar o caso, os agentes da Deic descobriram que as duas empresas tinham sido abertas no nome de uma desempregada e de um pedreiro. “São pessoas muito pobres, que imaginamos nem sabiam que tiveram seus nomes usados para este fim, mas que se ao final comprovarmos que participaram do golpe também serão indiciadas”, relatou o delegado Valdemir Pereira.
Metade da carga adquirida foi localizada em um galpão alugado também em nome de terceiros na Rua Ministro Guimarães Natal no Setor Criméia Leste. Dentro do galpão a polícia encontrou também uma Kombi e uma Saveiro que estão em nome da mãe do suspeito de golpe.
“Já conseguimos apurar que ele estava vendendo aqui em Goiânia por R$ 21,00 o quilo do tecido que comprou por R$ 25,00, o que mostra que já estava planejando este calote. Preferimos não divulgar o nome dele ainda para não atrapalhar as investigações, e até porque nem temos certeza se a identidade é verdadeira, porém já conseguimos fotos e outras informações, e em breve vamos colocá-lo na cadeia”, afirmou o titular da Deic.
A perícia vai trabalhar para identificar a quais empresas pertencem a carga recuperada no galpão no Criméia Leste, uma vez que os lacres de identificação foram todos arrancados.