Polícia Civil

Presa dupla que usou nome de delegado para extorquir advogado

Vítima pagou R$ 400 mil após golpistas afirmarem que ele seria preso caso uma suposta investigação não fosse interrompida

Dois homens que se usaram o nome de um delegado da Polícia Civil de Goiás para extorquir um advogado foram presos na manhã desta terça-feira (27), em Goiânia. Acreditando que estava mesmo sendo vítima de uma investigação, que poderia culminar com sua prisão, a vítima repassou R$ 400 mil aos criminosos.

A extorsão, que aconteceu em 2021, só chegou ao conhecimento da Polícia Civil de Goiás no início deste mês, depois que o delegado que teve o nome usado pelos criminosos procurou colegas da Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas (Draco). Os dois homens presos hoje, que não tiveram as identidades reveladas, comprovaram os policiais, foram quem receberam dois pagamentos, de R$ 200 mil cada, provenientes da extorsão.

Segundo o delegado Klayter Camilo, da Draco, um dos acusados pela extorsão alega ter tido um prejuízo causado pelo advogado, e contou que teria aplicado o golpe, junto com um conhecido, para não ficar no prejuízo.

“No decorrer das investigações nós descobrimos que esse advogado teria uma série de credores, que o acusam de ter se apropriado de valores destinados ao pagamento de acordos judiciais, e de custas processuais. Um destes supostos credores, agora preso, foi quem tramou o golpe, que, além de provocar um prejuízo considerável ao advogado, colocou sob suspeita o nome de um colega nosso, que tem uma conduta irreparável dentro da corporação”, relatou.

Filha de um dos golpistas foi presa e liberada

Além dos dois suspeitos de golpe, a Draco também efetuou a dentençao na manhã de hoje, durante o cumprimento de mandados de busca e prisão, a filha de um deles, que recebeu uma das transferências, de R$ 200, mil em sua conta bancária. As investigações, porém, mostraram que ela não sabia da extorsão, e como o pai também movimentava a conta, sequer tomou conhecimento da transação.

Após ser ouvida como testemunha, a mulher, que também não teve a identidade revelada, foi liberada no final da manhã. Os dois presos responderão por extorsão, delito que tem pena que varia, de dois, até oito anos de reclusão.