Ataque à PM com fogos de artifício na Vila Canaã teve participação de menores
Informação inicial foi de que os detidos teriam disparado esses itens contra agentes no local

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) revelou ao Mais Goiás que as duas pessoas presas na manhã de quarta-feira (13), durante manifestação da Vila Canaã, em Goiânia, teriam permitido que menores manuseassem fogos de artifício. A informação inicial foi de que os detidos teriam disparado esses itens contra agentes no local. Contuto, a corporação detalhou que os crimes envolveram crianças ou adolescentes.
A corporação citou os artigos 244-B e 244 do Estatuto da Criança e do Adolescente e 132 do Código Penal Brasileiro. “Corromper menor de 18 anos, com ele praticando infração penal” e “vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida”, combinado com “expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente”.
Na ocasião, os comerciantes se revoltaram com a realização de mais uma operação da “Lei do Desmonte”, realizada pela Polícia Civil, agentes da Prefeitura de Goiânia e o Detran Goiás. Lojas foram fechadas na ação. Durante os protestos, a Polícia Militar (PM) foi chamada para dar apoio, ocasião em que houve o disparo. Os dois homens foram presos em flagrante e levados para a Delegacia. Eles não tiveram as identidades reveladas. Também naquele momento, militares do Batalhão de Choque usaram bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral para conter os protestos.
Em nota ao Mais Goiás, a PM informou que a manifestação obstruiu as vias públicas e os manifestantes incendiaram pneus, colocando em risco a segurança de transeuntes e deles próprios. “Equipes do Batalhão de Polícia Militar de Choque foram acionadas para restabelecer a ordem pública e garantir a segurança da população, utilizando técnicas e táticas específicas de dispersão, em conformidade com os protocolos operacionais vigentes.”
Já o Detran Goiás relatou ao portal que a ação faz parte de fiscalização contínua ao comércio ilegal de peças. “A fiscalização das empresas de desmontagem e comércio ocorre em caráter contínuo e foi intensificada, no final de julho, após o treinamento de pessoal de diversas forças de segurança”, reforçou. Ainda segundo informado, a empresa fiscalizada na quarta-feira não era credenciada junto ao órgão e todas as peças encontradas não possuíam etiqueta de identificação, que serve para rastrear a procedência da mesma.
Inclusive, ao Mais Goiás, foi informado pelo órgão que, das cerca de 900 empresas na região da Vila Canaã, apenas 150 estão totalmente regularizadas. Presidente do Detran Goiás, Delegado Waldir afirma que a proposta é “valorizar o comerciante que cumpre a lei e acabar com a concorrência desleal de quem insiste em atuar na ilegalidade”.
O Detran continua o comunicado e revela que, ao longo dos últimos dois anos, estabeleceu prazos para adesão ao registro simplificado e realizou várias ações educativas. “A aplicação rigorosa da Lei do Desmonte tem como objetivo coibir práticas criminosas, como a venda de peças oriundas de veículos furtados ou roubados, prevenir delitos ambientais, garantir a segurança do consumidor na compra de peças usadas e valorizar os empresários que atuam dentro da legalidade.”
Presidente da Associação dos Centros de Desmonte Veicular Goiás (CDV), João Tundra disse que ninguém trabalha no local com coisas erradas. “Mais uma vez essa triste situação. Família chorando e perdendo seu ganha-pão. Aqui tem família de bem”, publicou nas redes sociais, ainda na quarta. O Mais Goiás tenta contato com ele para novas posições.
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