CORONAVÍRUS

PRF entrega comida e kits higiene para caminhoneiros, que não podem parar

Polícia monta logística de recebimento e distribuição de alimentos e produtos de higiene para garantir segurança dos caminheiros

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou campanha de distribuição de comida e de kits higiene para motoristas de caminhão – categoria que não parou de trabalhar durante a pandemia do coronavírus. Em Goiás, os pontos de atendimento ficam nos postos da PRF em Hidrolândia (BR-153), Anápolis (BR-060), Morrinhos (BR-153), Rio Verde (BR-060), Jatai (BR-364), Catalão (BR-050) e Uruaçu (BR-153). Funcionam no formato drive-thru desde domingo (29).

A PRF estima de cerca de mil motoristas já foram contemplados pela pela ação em todo o estado. A corporação reforça o convite aos voluntários que tenham interesse em entregar doações de alimentos ou materiais de higiene aos motoristas profissionais para que procurem as unidades da corporação e participem da campanha Siga em frente, Caminhoneiro.

 

Por conta do decreto do governador Ronaldo Caiado (DEM) que formaliza medidas restritivas para conter a disseminação do coronavírus (covid-19), há caminhoneiros que amargam prejuízos. O decreto visa ao isolamento social durante 15 dias, mas pode ser prorrogado. Por conta da quarentena, as vendas caíram, fazendo com que o transporte de cargas caísse também.

Na medida em que a vida social da população agora se limita ao ambiente doméstico, o consumo também diminuiu. Logo, os caminhoneiros são menos procurados para transportar produtos pelo país afora.

Caminhoneiros

Raul Júnior trabalha na entrega de queijo há mais de 10 anos, ele faz entrega de parmesão, queijo coalho, mussarela e a renda dele e da família depende totalmente do emprego. O caminhoneiro mora com a esposa e com a mãe, que tem Alzheimer.

De acordo com o caminhoneiro, o serviço caiu cerca de 70%. “Se o caminhoneiro parar, chegará o momento que não terá comida pra ninguém” afirma Raul. Ele disse também que se a quarentena continuar a demissão em massa na fábrica onde os queijos são produzidos será inevitável.

Gleyce Coimbra é professora universitária, esposa de Romildo Coimbra, que também é caminhoneiro, disse que se ela não trabalhasse, a renda da família estaria muito prejudicada. A professora que lecionava presencialmente, por conta da pandemia, está dando aulas à distância.

Romildo é caminhoneiro desde 2001 e entrega granito para empresa que trabalha. O casal tem uma filha de 18 anos que está no primeiro período do curso de psicologia, e depende totalmente dos pais, pois ainda não conseguiu um emprego, e com a quarentena será mais difícil ainda de encontrar um.

A professora disse que se a quarentena continuar por muito tempo, a família pode ser passar por dificuldades financeiras.

*Laylla Alves é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira