TRAGÉDIA

Professor de Música morre no dia do aniversário vítima da Covid-19

O músico e professor Manassés Barros Aragão foi mais uma vítima fatal da Covid-19 em…

O músico e professor Manassés Barros Aragão foi mais uma vítima fatal da Covid-19 em Goiânia. O profissional ficou 14 dias internados, sendo 12 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de um hospital particular da capital. Porém, ele não resistiu aos agravamentos causados pela doença e morreu na manhã deste domingo (18), data em que completaria 40 anos.

Ao Mais Goiás, a esposa dele, Andreia Moraes da Silva, disse que o marido foi cuidar da mãe e do padrasto dele, em Anápolis, após o casal testar positivo para a doença. O estado de saúde deles agravou e ambos foram parar na UTI. O padrasto já está na enfermaria, mas a mãe de Manassés continua recebendo cuidados intensivos. Ela, inclusive, não chegou a saber a contaminação e nem da morte do filho.

No último dia 4 de abril, Andreia conta que o professor apresentou muita falta de ar e ela o levou na emergência do hospital. Dois dias depois, ele foi intubado e levado para a UTI. “Quando chegamos, a equipe já realizou uma tomografia e exames de sangue, e foi constatado que os pulmões dele estava com 25% comprometido. No dia em que ele foi intubado, ele já estava com 50% de comprometimento”, conta.

Andreia destaca que o marido dela não tinha nenhuma comorbidade. Ela explica que a paixão do marido era a música. “Ele nasceu para fazer arranjos e ele era muito querido por onde passada. Ele chegou a tocar com grandes nomes como Toquinho e Milton Nascimento. Ele era uma pessoa grandiosa”, diz a esposa.

O professor deixa dois filhos, de 7 e 9 anos. Segundo Andreia, as crianças se emocionaram ao saber da morte do pai. “Eles ficaram revoltados em um momento, mas estão mais calmos. É um momento muito difícil para todo mundo. Eles entendem tudo o que acontece no nosso país, que estamos vivendo uma pandemia e que o pai deles foi mais uma vítima desse vírus”, destaca.

Emocionada, Andreia conta que sente muito orgulho do marido. “Ele soube que a mãe dele estava doente e não hesitou em ir ajudá-la. Mesmo com o risco e mesmo tomando todos os cuidados , com uso de luva, máscara e levando a mão, ele acabou sendo infectado. Eu acho que o que ele fez foi um ato de coragem de de bravura e isso me orgulha. Ele até chegou a me dizer no momento em que ele foi internado que ele sabia que estava sendo internado, mas que soubesse que a mãe dele tivesse ido para a UTI e não tivesse feito nada, estaria com muito dor na consciência.”

Música

Ramassés trabalhava no Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte desde 2005. Atualmente, também estava como professor da Banda Musical do Centro Ensino de Período Integral (CEPI) Edmundo Pinheiro de Abreu e era colaborador da Banda do Colégio Estadual Princesa Isabel, em Taquaral de Goiás.

Em homenagem publicada no site, o instituto Ciranda da Arte lamentou a morte de Manassés e decretou luto de três dias. As atividades no local só voltarão no próxima quinta-feira (22). Uma música também foi colocada na publicação para falar sobre a importância do músico para os alunos e colaboradores do local.

“Hoje o céu está mais interessante e recebendo um trompetista e amigo muito sensível e amável! É com imenso pesar que informarmos o falecimento do nosso amigo, professor, músico Trompetista (o melhor que já conhecemos), Manassés Aragão, 40 anos, vítima da Covid-19. Ele era esposo, pai de dois filhos, professor, músico, amigo de muitos. Um jovem talentoso, calmo, tranquilo e bondoso, que tocava os nossos corações, com aquele som aveludado, que emocionava e nos fazia vibrar”, diz a publicação.

Manassés será sepultado nesta segunda-feira (19), em Anápolis, no Cemitério Park, por volta das 08h da manhã.