‘Queremos pena máxima’: família de homem morto em farmácia de Goiânia exige justiça
Família de João do Rosário, assassinado na própria farmácia, se diz frustrada com o cancelamento do júri do réu que matou o idoso

Faz três anos e quatro meses que a família do policial aposentado João do Rosário Leão, de 63 anos, cobra a condenação de Felipe Gabriel Jardim, autor dos disparos que mataram o idoso dentro de uma farmácia de Goiânia (da qual João era dono) em junho de 2022. O júri que decidiria o futuro de Felipe deveria ter começado nesta quarta-feira (15), mas foi cancelado porque uma das juradas passou mal durante a sessão. O sentimento dos familiares é de frustração, mas o compromisso é de seguir firme na cobrança por justiça. “Queremos pena máxima, que ele seja condenado a 20, 30 anos de prisão”, diz Kennia Yanka, 29 anos, uma das filhas de João.
“O que eu espero mesmo é que não demore pra acabar [o julgamento], porque a gente vem revivendo isso [a perda de João] todo dia. Enquanto não tiver uma decisão, a gente não vai conseguir ter paz. Quando o processo acabar estaremos mais aliviadas, porque precisamos que a justiça seja feita para seguirmos adiante”, afirma Kennia em entrevista ao Mais Goiás.
Kennia Yanka é uma das quatro filhas de João do Rosário. Todas se chamam Kennia, e todas estavam vestidas com camisetas estampadas com pedidos de Justiça no Fórum Criminal de Goiânia. Além dessas camisetas, familiares e amigos também seguravam cartazes e faixas com palavras de ordem.
“Queremos justiça por João Leão! A dor de uma família não pode ser esquecida. Não há consolo para a dor, apenas o clamor por justiça. Então, por sua memória, lutaremos aé o fim por justiça”, diz uma das faixas que a família levou ao Fórum.
Kennia afirma que a espera da família gera angústia a todos que tinham contato com o policial aposentado. “É uma tortura. Estamos esperando há três anos e quaro meses por esse júri, preparando-nos psicologicamente, tendo de reviver tudo novamente.
O crime
João do Rosário, policial aposentado de 63 anos, foi assassinado na farmácia que pertencia a ele. O réu, Felipe, havia namorado com Kennia Yanka. Em 2022, umas das filhas de João contou à imprensa que, no fim de semana anterior à tragédia, o suspeito ameaçou matar todos eles depois de uma discussão.
Logo depois de cometer o crime, Felipe telefonou para Kennia para avisá-la do que havia feito. “Ele ligou para dizer que matou meu pai e ia atrás de mim”, contou ela na época. A vítima chegou a ser levada para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas teve o óbito confirmado por volta das 13h.