Rede de pedofilia integrada por policiais de Goiás funcionava há 10 anos; PM está foragido
Estupros das menores aconteciam em casas pertencentes a um policial penal aposentado

A rede de pedofilia e exploração sexual infantil composta por policiais de Goiás, desmembrada em operação da Polícia Civil nesta semana, funcionava há pelo menos 10 anos na região metropolitana de Goiânia. Segundo as investigações, o grupo, composto por pelo menos oito pessoas, entre eles três policiais, aproveitava da situação de vulnerabilidade das vítimas para atraí-las. Um policial civil e um policial penal estão presos. Um policial militar aposentado está foragido.
O caso começou a ser apurado pela equipe da delegacia da Polícia Civil de Goianira, após o recebimento de denúncias anônimas. Seis vítimas, com idades entre 10 e 15 anos, já reconheceram os oito denunciados e deram detalhes e provas que mostraram como funcionava o esquema.
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Os estupros das menores, segundo a polícia, aconteciam em duas casas pertencentes ao policial penal aposentado, preso com outras seis pessoas na manhã de quarta-feira (24/9). Um dos imóveis fica no Residencial Triunfo, em Goianira, e o outro no Jardim Balneário Meia Ponte, em Goiânia.
Uma mulher e uma adolescente de 17 anos que moravam na casa dele em Goianira, segundo as investigações, eram as responsáveis por aliciar outras menores, que recebiam valores e presentes. A jovem usada no esquema também já foi vítima da quadrilha.
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A operação
Durante a operação desencadeada ontem, os agentes de Goianira cumpriram sete mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Entre os presos, estão o policial penal aposentado, e um agente da ativa da PC, que estava lotado na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), em Goiânia. Um policial militar aposentado também teve sua prisão decretada, mas ainda não foi localizado. As identidades deles, e dos outros cinco indiciados, não foram divulgadas.
Por meio de nota, a Polícia Civil disse que as investigações seguem em andamento, para o esclarecimento do caso, e afirmou que “todos os elementos de informação relacionados ao servidor serão compartilhados com a Corregedoria da instituição para apuração administrativa”.
Já a Polícia Penal informou que “mesmo aposentado, nos termos do Estatuto do Servidor, o ex-agente responderá na corregedoria da corporação”. A PM disse que o investigado se encontra fora do quadro ativo da corporação, tendo passado para a reforma (aposentadoria) em 2008.