CASO FABRÍCIO

Saiba como foi a morte de dono de pastelaria suspeito de estupro de menor, conforme a polícia

Investigações apontam cinco envolvidos, entre eles um coronel da PM suspeito de ser o mandante

Investigações da Polícia Civil de Goiás (PCGO) apontam que o assassinato do empresário Fabrício Brasil Lourenço, 49 anos, dono de uma pastelaria em outubro, no Bairro Feliz, em Goiânia teve como possível mandante o coronel da Polícia Militar (PM), Alessandro Regys Reis de Carvalho, e foi coordenado pelo ex-militar do Exército José Antônio Moreira. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (5) pela TV Anhanguera. A corporação acredita que a motivação seja vingança, pois o empresário havia sido condenado em primeira instância por estupro de vulnerável contra uma parente do coronel, mas absolvido posteriormente.

Conforme o inquérito, a execução ocorreu pelos sargentos da Polícia Militar (PM) Leneker Breno e Tiago Lemes, com apoio logístico de Cleyton Souza Lima, segurança de uma chácara no Setor Santa Genoveva que serviu de base para a operação. Na quinta-feira (2), os dois sargentos foram presos com os outros dois envolvidos (José e Cleyton). Na ocasião, também houve o cumprimento de nove mandados de busca e apreensão, um deles na casa de Alessandro Regys, hoje no alto escalão do Serviço Aéreo do Estado de Goiás.

Sobre o crime, câmeras de segurança revelaram quando José Antônio esteve na pastelaria minutos antes do crime para confirmar a presença da vítima – ele já vinha monitorando a vítima entre agosto e outubro, segundo a PCGO. Em seguida, os dois sargentos chegam em uma motocicleta e disparam dez vezes contra Fabrício enquanto ele tirava o lixo, conforme a apuração.

Início do plano de execução

Os investigadores identificaram que o segurança chegou às 19h na chácara. Depois, uma câmera de monitoramento mostra a chegada do sargento Leneker, em uma moto, e do sargento Tiago, em um carro. Perto das 22h, o empresário foi assassinado supostamente pelos militares que chegaram de motocicleta.

Durante a fuga, eles se esconderam em uma mata até serem resgatados por José Antônio. A moto utilizada foi colocada na carroceria de uma caminhonete e coberta com uma lona, sendo levada para outra chácara, em Nova Veneza, pertencente ao ex-militar. Por volta da 1h da madrugada, eles foram para a chácara no setor Santa Genoveva. Cleyton os recebeu, mas algum tempo depois, os PMs foram embora.

Fabrício já tinha respondido por outros crimes, inclusive pedofilia e corrupção, conforme a Polícia Civil. Suspeito de ser o mandante, Alessandro Regys nega qualquer envolvimento. Diz, ainda, que nunca ameaçou a vítima, apesar do caso envolvendo sua parente.

O sargento Leneker teria reunido o grupo que realizou o crime. Ele, assim como o sargento Tiago, recebeu promoção por ato de bravura nos últimos anos.

Os sargentos estão presos no presídio militar e os outros dois suspeitos na Delegacia de Capturas. O Mais Goiás conseguiu apenas uma posição da defesa do sargento Leneker, que reforça inocência e ausência de provas contra o militar (confira a seguir). O espaço segue aberto para as demais.

Segundo a Polícia Militar, a Corregedoria acompanhou integralmente o cumprimento dos mandados judiciais conduzidos pela Polícia Civil. Disse, ainda, que cumpre todas as determinações legais e que não admite qualquer desvio de conduta de policiais da corporação e que segue à disposição das autoridades.

Nota do 1º sargento Leneker Breno:

“Trata-se de uma prisão temporária, de 30 dias, destinada a apuração dos fatos. A defesa destaca a total ausência de provas de autoria no que se refere ao sargento Leneker, e, sua inocência será provada ao término das investigações.

Por certo, todo delito merece apuração, e o lamentável homicídio ocorrido não pode ser diferente, e certamente a Polícia chegará aos autores, todavia, é um lamentável erro, apontar o sargento Leneker como possível autor.

Destaca-se que se trata de um militar exemplar, com dezenas de elogios e condecorações na corporação, justamente pelo combate ao crime.

A defesa lamenta profundamente a exposição de um inocente, e espera que a Polícia, e, o Judiciário, com a máxima celeridade possível, corrija o equívoco.”

Nota da PM sobre o caso:

“A Polícia Militar de Goiás informa que a Corregedoria acompanhou integralmente o cumprimento dos mandados judiciais relacionados à investigação conduzida pela Polícia Civil. A Instituição permanece à disposição das autoridades competentes e cumpre rigorosamente todas as determinações legais e judiciais. A PMGO mantém compromisso com a ética, a moralidade e o cumprimento das leis, não admitindo quaisquer desvios de conduta.”

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