Quirinópolis

Seis são presos após filhos planejarem morte de fazendeiro bilionário em Goiás

Assassinato ocorreu antes da assinatura de testamento que transferiria fortuna para holding

Seis pessoas foram presas em uma operação da Polícia Civil que investiga a morte do fazendeiro bilionário Jefferson Cury, de 83 anos. O crime, ocorrido em novembro de 2023, em Quirinópolis, teria sido encomendado pelos próprios filhos da vítima, com ajuda de outros comparsas. A motivação, segundo a investigação, foi disputa patrimonial, e o atentado também envolveu tentativa de homicídio contra o advogado da vítima. De acordo com o delegado titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Rio Verde, Adelson Candeo, foram cumpridos seis mandados de prisão, três em Goiás, na terça-feira (28/10), e outros três em cidades de São Paulo na manhã desta quarta-feira (29/10).

O planejamento teria sido idealizado pelos próprios filhos de Jefferson Cury, juntamente com um corretor, com o objetivo de obter lucro milionário sobre o patrimônio. “Os filhos do Cury, o casal que trabalhava na propriedade e o filho deles, que é afilhado da vítima, planejaram a ação”, apontou Candeo ao Mais Goiás.

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A investigação também revelou que o crime foi executado por um dos filhos da vítima, reconhecido por testemunhas como um dos autores do atentado. Afilhado da vítima, com auxílio de seus pais, funcionários da propriedade rural, também participou da execução do plano. “Um filho do fazendeiro foi reconhecido por testemunha como um dos executores do crime. Não o que apertou o gatilho, mas estava no local”, completou. Um sétimo suspeito, ainda não localizado, teria apertado o gatilho.

A ação compõe a Operação Testamento. Além das prisões dos investigados, 14 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Quirinópolis, Cachoeira Alta, Caçu, Pires do Rio e Itarumã; e, em São Paulo, nas cidades de Ribeirão Preto, São Joaquim da Barra, Barretos e na capital. Durante a operação, foram apreendidas cinco armas de fogo, sendo quatro compatíveis com o calibre utilizado no crime.

Imagem da arma apreendida
Foram apreendidas armas que podem ter sido usadas nos crimes (Divulgação PCGO)

Execução de fazendeiro bilionário

O crime ocorreu na noite de 28 de novembro de 2023, em uma propriedade rural às margens da GO-206, no município de Quirinópolis. Segundo a investigação, dois homens abordaram a camionete do advogado da vítima, Leonardo Ribeiro Nalesso, de 41 anos, e efetuaram disparos: um atingiu o fazendeiro, causando morte imediata, e dois tiros atingiram a cabeça do advogado, que sobreviveu, apesar das sequelas, sendo socorrido apenas no dia seguinte.

Carro em que as vítimas estavam
Vítimas estavam em caminhonete quando foram surpreendidas, em Quirinópolis (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

Segundo Candeo, a investigação apontou que o crime foi executado por um dos filhos da vítima, reconhecido por testemunhas como um dos autores do atentado. O afilhado da vítima, com auxílio de seus pais, funcionários da propriedade rural, também participou da execução. Entretanto, um sétimo investigado, que ainda não foi localizado, pode ter sido quem efetivamente apertou o gatilho.

O planejamento do crime, segundo a polícia, teria sido idealizado pelos próprios filhos de Jefferson Cury, em conjunto com um corretor, com o objetivo de obter lucro milionário sobre o patrimônio do pai.

Armas apreendidas
Filhos planejaram morte de pai bilionário (Divulgação PCGO)

Alteração do testamento

O crime foi motivado pelo fato de Jefferson Cury estar prestes a assinar um testamento que mudaria a forma como seu patrimônio seria distribuído. Segundo a investigação, ele planejava transferir seus bens para uma holding, uma empresa que administra patrimônio e investimentos da família.

Essa medida retiraria os filhos da linha direta de herança, ou seja, eles não teriam mais direito automático à parte dos bens que esperavam receber. Por isso, a assinatura do testamento representava uma ameaça financeira direta aos filhos, que, segundo a polícia, teriam planejado o assassinato para tentar se beneficiar do patrimônio antes que ele fosse legalmente transferido para a holding.

Candeo reforçou que a Polícia Civil continuará investigando o caso, garantindo que todos os envolvidos respondam judicialmente pelos crimes. “Estamos diante de um crime de grande complexidade, envolvendo familiares e cúmplices próximos da vítima, motivado exclusivamente por ganância e disputa patrimonial”, afirmou Candeo.

O nome dos investigados não foram divulgados e suas defesas não foram localizadas. O espaço permanece aberto para manifestações.

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