Suposta fraude em contrato de 2024 coloca Saúde de Goiânia e empresa na mira da PC

Um contrato firmado em 2024 pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) é alvo de investigação que apura indícios de associação criminosa, contratação direta ilegal e fraude em licitação. O suposto esquema levou a Polícia Civil de Goiás (PCGO) a deflagrar, na manhã desta terça-feira (18/11), a Operação Pagamento Imediato. Os trabalhos miram uma empresa sediada em Palmas (TO), a qual teria recebido pagamento antecipado de R$ 12 milhões, antes mesmo que houvesse comprovação de serviços prestados.

A apuração teve início após um relatório da Gerência de Ações Estratégicas da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás apontar possíveis irregularidades na escolha da empresa contratada e na execução do serviço. Agentes constataram liberação de recursos antes mesmo da formalização contratual, prática que reforça suspeitas de direcionamento e desvio de finalidade, segundo a corporação. A SMS reforça que as movimentações investigadas ocorreram na gestão anterior e que o referido convênio foi revogado em uma das primeiras medidas da administração atual, iniciada em 2025.

SAIBA MAIS:

• Operação mira Prefeitura de Goiânia por suposta corrupção na saúde
• MP investiga ‘máfia dos atestados’ em Goiânia: são 21 mil afastados

Com base nessas suspeitas, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) cumpriu, na manhã desta terça, 13 mandados de busca e apreensão em Goiás, Tocantins, São Paulo e no Distrito Federal.

A empresa também foi alvo de medidas cautelares como quebras de sigilos bancário e fiscal, suspensão e proibição do exercício de atividade econômica. Investigados tiveram sequestro e indisponibilidade de bens, direitos e valores até o limite de R$ 12 milhões, para assegurar eventual ressarcimento aos cofres públicos.

VEJA TAMBÉM:

• Operação mira grupo suspeito de desviar R$ 10 milhões da Saúde de Goiânia
• Operação da PF que investiga fraudes na saúde cumpre mandados em sete cidades de Goiás

O que diz a SMS

Ao Mais Goiás a secretaria enfatizou que as investigações estão relacionadas à gestão passada e que o convênio com a empresa investigada foi suspenso já nos primeiros dias da atual administração. Confira:

“A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que o Instituto Idesp, alvo de cumprimentos de mandados de busca e apreensão pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (18/11), foi contratado pela gestão anterior. A suspensão do convênio com a empresa foi feita um dos primeiros atos da atual administração. A SMS ainda ressalta que nenhuma ação foi realizada na secretaria”.