UFG diz que gestão Mabel mentiu para justificar rompimento de contrato
UFG diz que alegações apresentadas pela prefeitura de Goiânia para romper contrato que envolve maternidades "não se sustentam"

Em nota divulgada nesta sexta-feira (8), a Universidade Federal de Goiás (UFG) afirma que a gestão do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) mentiu e criou uma narrativa falsa para justificar o rompimento de contrato com a universidade e com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) para gestão de três maternidades públicas de Goiânia: Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão. “Não houve descumprimento ou inadimplemento das cláusulas dos convênios e, portanto, não cabem a ela acusações ou penalizações”, diz um trecho da nota.
Uma das mentiras apontadas pela UFG seria a alegação de que recursos estão sendo utilizados em desacordo com os termos do contrato, o que inclui o fundo rescisório. A nota diz que a alegação “não corresponde à realidade objetiva dos fatos”. “Os recursos repassados pela Prefeitura à Fundação foram sempre aplicados para assegurar as atividades fins das maternidades públicas municipais de Goiânia. A instituição gestora não mediu esforços, até a adoção de medidas extremas, a fim de evitar a suspensão total dos referidos serviços de saúde”.
Outra afirmação que a UFG desmente é a de que houve omissão na apresentação de relatórios. “A alegação de falta de apresentação de relatórios também não se sustenta, uma vez que a Fundahc submete regularmente prestação de contas por meio de relatórios de gestão de cada uma das maternidades com convênio vigente. Adicionalmente, ela conta com um controle interno que envolve o Conselho Curador, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva. Externamente, conta também com o rigoroso controle da Curadoria de Fundações do Ministério Público Estadual”.
A UFG pondera que opção da Prefeitura de “não dar continuidade devido à decisão de redefinir o modelo de gestão para maior eficiência dos serviços públicos” é válida, mas que não ser ser justificada por falhas ou quebras de contrato por parte da universidade ou da fundação. “As dificuldades orçamentárias para a execução dos convênios decorrem da falta de repasse regular de recursos financeiros pela Prefeitura, conforme previstos nos convênios e nas faturas dos serviços realizados”, diz o texto.
“O que foi chamado de ‘constantes ameaças e paralisações promovidas pela Fundação’ são alertas feitos pela Fundahc à SMS e para a sociedade em geral a fim de evitar a paralisação completa dos serviços dessas três maternidades públicas relevantes para o município e região”.
A Fundahc cobra uma dívida de R$ 158,5 milhões, acumulada entre 2018 e junho de 2025, sendo que grande parte teria se concentrado durante a gestão do ex-prefeito Rogério Cruz. Nessa mesma nota, a UFG informa que peticionou a prefeitura extrajudicialmente “para que o distrato ocorra de forma consensual e negociada entre essas três relevantes instituições”.