Formação 'mais rápida'

Vereador de Silvânia e esposa são indiciados por suposta compra de matérias universitárias

O vereador também é acusado de ter comprado matérias falsas para seu curso de direito

O vereador e vice-presidente da Câmara de Silvânia, Matheus Brito (MDB), e sua esposa, a farmacêutica Jaqueline Alves, foram indiciados pela Polícia Civil por uso de documentos falsos e falsidade ideológica, nesta quarta-feira (22/10). Segundo a investigação, Jaqueline teria comprado notas de duas matérias e usado um histórico escolar fraudulento para transferência em outra universidade, conseguindo concluir o curso de Farmácia mais rápido. O vereador também é acusado de ter comprado matérias falsas para seu curso de Direito. O casal, porém, nega irregularidades.

Matheus Brito afirmou não saber de qualquer atividade ilegal e que, assim que soube da investigação, foi voluntariamente à polícia para prestar esclarecimentos. “Procuramos a faculdade onde ela concluiu seu curso para que regularizássemos a situação acadêmica, tendo inclusive seu diploma validado pelo CRF no último dia 13 de outubro e a emissão da sua carteira de farmacêutica”, revelou o vereador em vídeo divulgado no Instagram.

Seis pessoas foram indiciadas essa operação sobre compra e venda de históricos falsos de conclusão de matérias no ensino superior. Entre elas, dois advogados.

Líderes do esquema

Um casal de funcionários de uma instituição de ensino superior é apontado como líder do esquema. A mulher, secretária acadêmica, e o marido, coordenador do curso de direito, teriam oferecido a fraude como alternativa para que estudantes pudessem formar mais rápido.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Luiz Carlos Cruz, eles entravam em contato com alunos que queriam diminuir o tempo no curso superior. “Que tal comprar 10 matérias? Que tal comprar 5 matérias? Eu te vendo aqui mil reais por matéria. Você vai frequentar menos tempo a faculdade, vai formar mais rápido. E é assim que funcionava”, afirmou, à TV Anhanguera.

As investigações se iniciaram após uma faculdade entrar em contato, informando indícios de histórico falso que eles receberam de um aluno. O Conselho Regional de Farmácia disse que Jaqueline Alves apresentou o diploma do curso de farmácia devidamente registrado e validado pelo MEC. Já a Ordem dos Advogados do Brasil afirmou que Matheus Brito não faz parte dos quadros de advocacia.

LEIA TAMBÉM