Vereadora notifica DenaSUS de suspensão parcial dos atendimentos das maternidades de Goiânia
Conforme o ofício, a paralisação ocorre devido à interrupção no fornecimento de insumos e serviços essenciais

A vereadora por Goiânia, Aava Santiago (PSDB), notificou o Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (DenaSUS) sobre a suspensão parcial dos atendimentos nas três principais maternidades públicas da capital (Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara). A comunicação ocorreu no sábado (5).
Conforme o ofício, a paralisação ocorre devido à interrupção no fornecimento de insumos e serviços essenciais, que teria ocorrido por inadimplência da gestão municipal no pagamento de contratos com fornecedores e prestadores de serviço. Ela cita que na Maternidade Célia Câmara todos os partos – normais e cesáreos – estão suspensos desde quarta-feira (2). Detalha, ainda, que a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), responsável pela administração das três unidades, anunciou que, a partir desta segunda-feira (7), estariam suspensos parte dos atendimentos nas unidades Dona Íris e Nascer Cidadão.
“A população de Goiânia está sendo penalizada por uma gestão ineficiente e irresponsável. Mulheres grávidas e recém-nascidos não podem ficar sem atendimento por falta de anestesistas, insumos ou estrutura. Por isso, notifiquei o DenaSUS, que já esteve na cidade em maio, para que acompanhe de perto esse novo episódio de descaso e tome as providências cabíveis”, diz Aava.
O Mais Goiás procurou a prefeitura de Goiânia para comentar o caso. Em nota, o município informou que não há atraso nos repasses à Fundahc. “Já foram repassados R$103,6 milhões para a Fundação neste ano, cerca de R$17,26 milhões/mês. O valor é maior do que o acordado, de R$12,5 milhões/mês, para a amortização dos valores não pagos pela gestão anterior.”
Impactos detalhados no ofício:
- O atendimento de porta nas três maternidades está restrito a casos de urgência e emergência (fichas vermelha, laranja e amarela), e apenas para avaliações obstétricas;
- Novos pacientes só serão admitidos mediante encaminhamento da Central de Regulação Municipal;
- Estão suspensos todos os atendimentos ambulatoriais, incluindo consultas, exames e cirurgias eletivas;
- Na Maternidade Célia Câmara, partos normais e cesáreas estão totalmente paralisados devido à ausência de anestesiologistas.
Nota da prefeitura na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que não há atraso nos repasses à Fundahc. Já foram repassados R$103,6 milhões para a Fundação neste ano, cerca de R$17,26 milhões/mês. O valor é maior do que o acordado, de R$12,5 milhões/mês, para a amortização dos valores não pagos pela gestão anterior.
A secretaria destaca que os débitos com os fornecedores são de responsabilidade da Fundahc, que tem autonomia para gerir os valores que são repassados pela SMS, e estão sendo realizados em dia. Um novo repasse deve ser realizado nos próximos dias.
A SMS alterou fluxos de regulação para redirecionar as pacientes em tratamento nas maternidades para a rede, para que não haja prejuízo as usuárias do SUS.”
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